São Paulo — InkDesign News — Um buraco negro de massa intermediária foi identificado desestabilizando uma estrela em órbita na região halo de uma galáxia distante, graças às observações do Telescópio Espacial Hubble e do Observatório de Raios-X Chandra.
Detalhes da missão
A detecção ocorreu em 2009, quando o Chandra registrou raios-X anômalos provenientes de NGC 6099, uma galáxia elíptica gigante localizada a 453 milhões de anos-luz da Terra. O objeto de raios-X foi denominado HLX-1, apresentando um espectro de raios-X que indicava temperaturas de 3 milhões de graus Celsius, compatíveis com a violência de um evento de disrupção tidal. A intensidade dos raios-X atingiu seu pico em 2012, quando observações subsequentes revelaram um declínio significativo na luminosidade do objeto em 2023.
Tecnologia e objetivos
As observações foram realizadas através do Hubble e do Chandra, ambas utilizando equipamentos de alta precisão para estudar eventos astrofísicos. De acordo com Yi-Chi Chang, da Universidade Nacional Tsing Hua, “Eles representam um elo crucial perdido na evolução dos buracos negros entre os buracos negros de massa estelar e os buracos negros supermassivos”. Os instrumentos são capazes de detectar a luminosidade extrema dos eventos de disrupção tidal, que podem servir como uma chave para identificar buracos negros de massa intermediária.
“As fontes de raios-X com tal luminosidade extrema são raras fora dos núcleos galácticos e podem servir como uma chave para identificar os esquivos buracos negros de massa intermediária”
(“X-ray sources with such extreme luminosity are rare outside galaxy nuclei and can serve as a key probe for identifying elusive IMBHs.”)— Yi-Chi Chang, Pesquisador, Universidade Nacional Tsing Hua
Próximos passos
Pesquisadores planejam monitorar o HLX-1 para entender melhor o comportamento do buraco negro em relação à estrela. “Se o IMBH está consumindo uma estrela, quanto tempo leva para engolir o gás da estrela?”, questiona Roberto Soria, do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália. A nova observação pode revelar se haverá flares múltiplos no futuro. Para facilitar essas investigações, o Observatório Vera C. Rubin será inaugurado, permitindo um levantamento do céu que facilitará a identificação de eventos de disrupção tidal.
“Se tivermos sorte, encontraremos mais buracos negros livres que se tornam brilhantes em raios-X devido a um evento de disrupção tidal”
(“So if we are lucky, we’re going to find more free-floating black holes suddenly becoming X-ray bright because of a tidal disruption event.”)— Roberto Soria, Pesquisador, Instituto Nacional de Astrofísica da Itália
A atualização contínua sobre buracos negros de massa intermediária como o HLX-1 é fundamental para avançar no entendimento da formação e evolução dos buracos negros no universo. A exploração dessas regiões nos oferece uma visão mais clara do processo cósmico que molda galáxias e a estrutura do cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)
