
São Paulo — InkDesign News — Cientistas detectaram um neutrino de 220 PeV no Mediterrâneo, batizado de KM3-230213A, o mais energético já registrado, observando suas implicações para a astrofísica. A detecção ocorreu em 13 de fevereiro de 2023, pelo telescópio de neutrinos KM3NeT, que está em construção nas profundezas do mar.
Detalhes da missão
A detecção do neutrino KM3-230213A foi realizada pelo experimento KM3NeT, que conta com duas partes: ORCA, focada em oscilações de neutrinos, e ARCA, que localizou o neutrino. A ARCA, que ainda não está completa, possui 21 de suas 230 linhas de detecção em operação durante a observação. O evento é especialmente relevante, pois o neutrino em questão demonstrou uma energia 30 vezes superior ao anterior recorde conhecido.
Tecnologia e objetivos
O KM3NeT utiliza água do mar para detectar neutrinos, aproveitando a interação desses partículas com moléculas de água para gerar muons, que emitem luz, chamada radiação Cherenkov. Com o avanço da construção da ARCA, espera-se que a capacidade de detectar fenômenos cósmicos energéticos aumente significativamente. “Estamos animados por ter observado este evento e estamos ansiosos para mais,” disse Paul de Jong, porta-voz do KM3NeT, sobre a qualidade dos dados que deverão ser coletados no futuro.
Próximos passos
Os cientistas planejam intensificar a busca por neutrinos de alta energia e confirmar se KM3-230213A é o primeiro neutrino “cosmogênico” identificado. Este seria um avanço importante na compreensão do limite GZK, que é uma barreira teórica para a energia de raios cósmicos. Como explicou de Jong, “Se confirmarmos que este neutrino é cosmogênico, seria a primeira observação desse tipo.”
A descoberta não apenas avança nossa compreensão dos fenômenos astrofísicos, mas também pode fornecer insights sobre a origem de partículas cósmicas de alta energia, ampliando o conhecimento humano sobre o universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)