
São Paulo — InkDesign News — Novos experimentos realizados por cientistas da Divisão de Pesquisa em Astromateriais e Ciência da Exploração (ARES) do Centro Espacial Johnson da NASA indicam que o núcleo de Marte formou-se muito mais rapidamente do que o núcleo da Terra, em um processo que levou apenas alguns milhões de anos após a formação do sistema solar.
Detalhes da missão
As investigações de formação do núcleo marciano revelam que, entre 4,5 e 4,6 bilhões de anos atrás, Marte e outros corpos planetários se formaram a partir de um disco de gás e poeira que cercava o Sol. O processo de coalescimento resultou na aglomeração de elementos pesados, como ferro e níquel, em regiões mais internas do disco protoplanetário. Enquanto cores opostas da Terra levaram bilhões de anos para seu desenvolvimento, Marte surpreende ao evidenciar um núcleo formado em uma fração desse tempo.
Tecnologia e objetivos
A equipe da NASA conduziu experimentos em altas temperaturas no Laboratório de Petrologia Experimental do Centro Espacial Johnson, aquecendo amostras de rocha rica em sulfato a temperaturas superiores a 1.020 graus Celsius, quentes o suficiente para derreter sulfetos, mas não a rocha silicatada. Esse material derretido foi observado através de tomografia computacional em raios-X, demonstrando a movimentação dos sulfetos através da rocha sólida. Sam Crossley, líder da pesquisa, afirmou:
“Pudemos observar em renderizações 3D como os derretidos de sulfeto estavam se movendo através da amostra experimental, percolando em fissuras entre outros minerais.”
(“We could actually see in full 3D renderings how the sulfide melts were moving through the experimental sample, percolating in cracks between other minerals.”)— Sam Crossley, Pesquisador, NASA
Próximos passos
A equipe pretende continuar a investigação sobre as condições e os elementos presentes nas formações planetárias. Com evidências de que os sulfetos se deslocam para o centro de um corpo planetário mesmo antes que a rocha ao redor comece a derreter, as implicações desse modelo se estendem a outros corpos significativos no disco protoplanetário. Além disso, Crossley acrescenta:
“Confirmamos nossa hipótese — que em um ambiente planetário, esses derretidos densos migrariam para o centro e formariam um núcleo, ainda antes que a rocha ao redor começasse a derreter.”
(“It confirmed our hypothesis — that in a planetary setting, these dense melts would migrate to the center of a body and form a core, even before the surrounding rock began to melt.”)— Sam Crossley, Pesquisador, NASA
Essas descobertas oferecem importantes respostas sobre as fases iniciais de Marte, revelando que seu núcleo pode ser rico em enxofre, o que levanta questões sobre sua composição e implica que o planeta pode ter características geológicas muito diferentes da Terra. Além disso, o conhecimento gerado a partir dessa pesquisa contribui significativamente para o entendimento da formação de planetas e o desenvolvimento de modelos planetários.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)