
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos podem ter desvendado as origens curiosas dos planetas mais intrigantes do universo, os chamados “double hot Jupiters”. A equipe responsável pela pesquisa espera que sua descoberta contribua para a identificação de mais desses raros planetas.
Detalhes da missão
Os “hot Jupiters”, ou exoplanetas, são gigantes gasosos de temperatura elevada, com tamanhos iguais ou superiores ao de Júpiter, que orbitam tão proximamente de suas estrelas-mães que um de seus anos pode durar menos de um dia terrestre. Embora os hot Jupiters sejam raros, representando apenas 1% das estrelas, são ainda mais escassos os “double hot Jupiters”, encontrados em sistemas estelares binários, com um planeta orbitando em torno de cada uma das estrelas gêmeas.
Tecnologia e objetivos
A equipe de astrônomos investigou o processo conhecido como migração von Zeipel-Lidov-Kozai (ZLK). Esta teoria sugere que, ao longo do tempo, planetas com órbitas ou ângulos orbitais incomuns podem ser influenciados pela gravidade de outro objeto, levando a um “hot Jupiter” a se formar próximo de sua estrela. Segundo Malena Rice, líder da equipe e astrônoma da Universidade de Yale, “O mecanismo ZLK é uma dança de certos estilos.”
(“The ZLK mechanism is a dance of sorts.”)
— Malena Rice, Astrônoma, Universidade de Yale
Com simulações realizadas no Grace Computing Cluster, no Centro de Pesquisa da Universidade de Yale, a equipe também utilizou dados do Arquivo de Exoplanetas da NASA e da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) para chegar a suas conclusões.
Próximos passos
A investigação dos planetas formadores apresenta um novo nível de complexidade nas teorias de formação planetária. “Esperamos que planetas gigantes se formem a grandes distâncias de suas estrelas hospedeiras. Isso torna os hot Jupiters tanto acessíveis quanto misteriosos — um assunto que vale a pena estudar,” afirma Yurou Liu, pesquisador da Yale.
(“This makes hot Jupiters both accessible and mysterious — and a worthwhile subject to study.”)
— Yurou Liu, Pesquisador, Universidade de Yale
A equipe sugere revisar sistemas binários onde um hot Jupiter já foi descoberto, levando em conta que as estrelas parentais devem ter uma separação que não seja nem muito próxima, nem muito distante, mas adequada.
A pesquisa da equipe foi publicada em 10 de junho na The Astrophysical Journal.
A busca por mais double hot Jupiters não só avança a exploração espacial, mas também enriquece nosso entendimento sobre a formação e a evolução de sistemas planetários, refletindo a complexidade do universo.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)