
São Paulo — InkDesign News — A descoberta de TOI-6894b, um exoplaneta com aproximadamente 86% do tamanho de Júpiter em órbita de uma estrela anã vermelha de 0,2 massas solares, evidencia a necessidade de um melhor entendimento sobre os mecanismos de formação de planetas gigantes.
Contexto da descoberta
O sistema TOI-6894 está localizado a cerca de 73 parsecs (238 anos-luz) na constelação de Leão. O exoplaneta foi encontrado como parte de uma investigação em larga escala dos dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, que busca planetas gigantes em torno de estrelas de baixa massa. Dr. Edward Bryant, astrônomo da Universidade de Warwick e University College London, comentou:
“Fiquei muito animado com essa descoberta. Eu originalmente pesquisei observações do TESS de mais de 91.000 estrelas anãs vermelhas de baixa massa em busca de planetas gigantes.”
(“I was very excited by this discovery. I originally searched through TESS observations of more than 91,000 low-mass red-dwarf stars looking for giant planets.”)— Dr. Edward Bryant, Astrônomo, Universidade de Warwick
Métodos e resultados
A confirmação da presença de TOI-6894b foi realizada com observações do Very Large Telescope (VLT) do ESO. O exoplaneta, um gigante gasoso de baixa densidade, tem um raio um pouco maior que o de Saturno, mas com apenas cerca de 50% de sua massa. A estrela hospedeira é a de menor massa conhecida a ter um planeta gigante transitante até o momento.
Os autores da pesquisa apontam que o modelo mais comum de formação de planetas, a teoria da acreção de núcleo, poderia não explicar a formação de TOI-6894b. “A formação de gigantes gasosos é mais complicada em torno de estrelas de baixa massa devido à escassez de gás e poeira no disco protoplanetário,” afirmaram.
Implicações e próximos passos
A existência de TOI-6894b levanta questões sobre a formação de planetas ao redor de estrelas de baixa massa. Dr. Vincent Van Eylen, também da University College London, observou:
“É uma descoberta intrigante. Não entendemos realmente como uma estrela com tão pouca massa pode formar um planeta tão massivo.”
(“It’s an intriguing discovery. We don’t really understand how a star with so little mass can form such a massive planet.”)— Dr. Vincent Van Eylen, Astrônomo, University College London
Além disso, com a expectativa de uma atmosfera dominada por química de metano, os investigadores acreditam que TOI-6894b pode se tornar um ponto de referência para o estudo de atmosferas de exoplanetas. As condições de temperatura podem permitir a detecção de amônia, que seria a primeira vez identificada em uma atmosfera planetária fora do Sistema Solar.
A pesquisa destaca a importância da busca por sistemas planetários diferentes do nosso, como uma forma de testar modelos e compreender melhor a formação do nosso próprio Sistema Solar.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)