
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa de universidades traz uma descoberta surpreendente sobre as características marcianas conhecidas como “slope streaks”. Embora anteriormente interpretadas como indicativos de água líquida, as análises recomendam uma origem seca relacionada à atividade do vento e da poeira.
Contexto da descoberta
Os “slope streaks” são feições escuras nas encostas de Marte, observadas pela primeira vez nas imagens da missão Viking da NASA na década de 1970. A presença desses traçados intrigou cientistas que acreditavam que poderiam sugerir ambientes habitáveis no planeta vermelho, especialmente devido à sua ocorrência durante os períodos mais quentes do ano marciano.
Métodos e resultados
A pesquisa, conduzida pela Universidade Brown e pela Universidade de Berna, utilizou um algoritmo de aprendizado de máquina para catalogar mais de 500.000 feições de slope streaks em mais de 86.000 imagens de satélite de alta resolução. O estudo encontrou que esses traços não estão associados a condições que sugerem a presença de água ou gelo, como orientações específicas de inclinação e flutuações significativas de temperatura. Em vez disso, a análise geostatística indicou que estas feições são mais comuns em áreas com alta velocidade do vento e deposição de poeira.
A pesquisa não encontrou evidências de água, favorecendo processos de formação secos.
(“Our study reviewed these features but found no evidence of water. Our model favors dry formation processes.”)— Dr. Adomas Valantinas, Pesquisador Pós-Doutoral, Universidade Brown
Implicações e próximos passos
Essas descobertas questionam a possibilidade de os slope streaks serem ambientes habitáveis, o que tem implicações significativas para futuras missões em Marte. A NASA, agora, pode evitar áreas com risco de contaminação por micro-organismos terrestres, dado que esses locais não são considerados favoráveis à vida.
Diante desse cenário, o uso de técnicas de big data na pesquisa espacial pode excluir algumas hipóteses antes do envio de espaçonaves, otimizando as futuras estratégias de exploração planetária.
O estudo foi publicado em 19 de maio de 2025 na revista Nature Communications. Os resultados garantem uma nova perspectiva sobre a geologia de Marte, destacando a importância do entendimento do ambiente atual do planeta para a exploração futura.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)