NASA analisa amostras da Apollo 17 para entender deslizamento lunar

São Paulo — InkDesign News — Uma recente análise dos núcleos de amostras da missão Apollo 17 revelou novos insights sobre um deslizamento lunar intrigante, possivelmente causado por impactos de detritos provenientes da formação da cratera Tycho há 108 milhões de anos.
Detalhes da missão
A missão Apollo 17, lançada em dezembro de 1972, foi a última do programa Apollo e a primeira a incluir um geólogo, Harrison Schmitt, na equipe. Durante a missão, a tripulação coletou 243,6 libras (110,5 quilos) de amostras lunares, incluindo amostras do manto chamado Light Mantle, localizado na região da montanha South Massif, que se eleva 2 km da superfície lunar.
Tecnologia e objetivos
Recentemente, o uso de micro-CT scanning, uma tecnologia avançada que realiza escaneamentos a nível médico, foi aplicado nas amostras cujo estudo havia sido adiado. “NASA foram realmente visionários durante as missões Apollo ao guardar algumas amostras,” afirmou Giulia Magnarini, geóloga do Museu de História Natural de Londres, em um comunicado.
“Elas foram armazenadas para que pudessem ser estudadas usando tecnologias mais avançadas e novas abordagens científicas que sequer haviam sido imaginadas na época.”
(“NASA were really forward-thinking during the Apollo missions to put some samples aside,”)— Giulia Magnarini, Geóloga, Museu de História Natural de Londres
O estudo focou na análise de clastos, fragmentos rochosos que se desprenderam do South Massif. A pesquisa revelou que os clastos continham material mais fino, indicando que a quebra dos mesmos facilitou o fluxo do deslizamento, fazendo-o agir mais como um fluido.
Próximos passos
Magnarini e sua equipe estão planejando futuras investigações, com foco na compreensão dos impactos causadores do deslizamento, como o impacto da cratera Tycho. “A idade jovem de Tycho se encaixa na equação; um deslizamento mais antigo teria sido erodido há muito tempo,” explicou Magnarini.
“Isso poderia ter desencadeado o deslizamento que, em última análise, formou o Light Mantle.”
(“This could have triggered the landslide that ultimately formed the Light Mantle.”)— Giulia Magnarini, Geóloga, Museu de História Natural de Londres
A pesquisa foi publicada no dia 2 de agosto no Journal of Geophysical Research: Planets, servindo como um importante passo para a futura exploração do programa Artemis da NASA, que visa retornar astronautas à superfície lunar.
O avanço das tecnologias de análise de amostras e o entendimento dos processos geomorfológicos da lua são cruciais não apenas para a exploração lunar, mas também para o aprimoramento do conhecimento humano sobre a formação e evolução do nosso sistema solar.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)