
São Paulo — InkDesign News — O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, designou um promotor para investigar ameaças de morte e estupro feitas a todas as deputadas da Assembleia Legislativa do Estado. As ameaças foram enviadas em um e-mail coletivo no último sábado (31).
Contexto jurídico
Na última segunda-feira (2), a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou que um suspeito de 28 anos está sendo investigado, tendo seu computador e telefone celular apreendidos para perícia. O autor das mensagens se identificou como “masculinista” e afirmou ter utilizado “criptografia militar” para enviar as ameaças. A deputada Beth Sahão (PT) expressou preocupações sobre a violência política de gênero, ressaltando que o autor dos e-mails se identificou, mas nega a autoria das ameaças. “Ele coloca o nome e o CPF dele. Mas ele nega [ter feito as ameaças], dizendo ter sido usado”, disse.
Argumentos e precedentes
Os argumentos em torno da autoria das ameaças giram em torno da questão da identificação e da capacidade de rastreamento digital. A deputada menciona que a justiça deve agir rapidamente para determinar se o suspeito agiu sozinho ou se realmente estava sendo manipulado. Ela também enfatiza que a impunidade não pode ser tolerada: “Há instrumentos hoje para se chegar aos culpados. Única coisa que não vale hoje é a impunidade”, destacou. A solicitação de investigação pela Polícia Federal indica um esforço para garantir maior rigor nas perícias e um tratamento mais severo para atos de terrorismo digital.
Impactos e desdobramentos
O impacto das ameaças na vida política paulista é profundo, gerando um clima de medo entre as representantes femininas da Assembleia. “Não deixa de ser um cenário de horror quando deputadas da principal assembleia estadual da América Latina recebem esse tipo de ameaça”, afirmou Sahão. Além das preocupações com a segurança das parlamentares, o caso destaca a necessidade de discutir regulamentações mais efetivas das redes sociais, onde a disseminação de discursos de ódio se tornou recorrente. A parlamentar argumenta que a regulamentação é essencial para evitar que a internet seja um “espaço de ninguém”, onde atos de violência e misoginia são perpetuados sem consequências.
As autoridades devem analisar não apenas o caso em questão, mas também considerar reformas amplas na legislação para combater a violência política de gênero e garantir um ambiente seguro para todas as deputadas. A discussão sobre políticas públicas que abordem questões de igualdade de gênero e violência nas escolas também foi enfatizada, visando mitigar os fatores que contribuem para esse ambiente hostil.
Fonte: (Agência Brasil – Justiça)