Modelos de IA revelam atrasos na força de trabalho humanoide

São Paulo — InkDesign News — A inteligência artificial tem impulsionado avanços em robótica humanoide, mas especialistas apontam limitações técnicas e de aplicação prática que retardam a adoção em larga escala desses robôs em ambientes industriais. Debate recente evidencia desafios de usabilidade e comercialização da tecnologia.
Contexto da pesquisa
O desenvolvimento de humanoides integrados com inteligência artificial e machine learning visa automatizar tarefas humanas complexas. Instituições de ponta, como Agility Robotics e startups como Figure AI, concentram esforços na criação de robôs capazes de operar em ambientes reais. Contudo, lideranças do setor, como a pesquisadora Daniela Rus, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), destacam que muitos desses robôs “são na maior parte das vezes pouco inteligentes” (“are mostly not intelligent”).
“Esses robôs carecem de senso comum”
(“These robots lack common sense”)— Daniela Rus, Diretora do Laboratório de Ciências da Computação e Inteligência Artificial, MIT
Além da inteligência limitada, questões físicas representam obstáculos: conforme Pras Velagapudi, CTO da Agility Robotics, para garantir força e autonomia, os robôs necessitam de baterias volumosas e potentes, impactando tempo de operação e segurança.
Método e resultados
Os humanoides utilizam aprendizado de máquina para interpretar comandos e executar tarefas, com demonstrações incluindo manipulação de objetos, como mostrado em vídeos pela Figure AI. Entretanto, a adaptabilidade e o entendimento contextual ainda são restritos — por exemplo, instruções ambíguas podem gerar ações inadequadas, como um robô tentando “regar” uma pessoa.
Apesar dos avanços em habilidades específicas, como mãos robóticas ágeis e interação baseada em grandes modelos de linguagem (LLMs), esses recursos não se traduzem diretamente na eficiência necessária para automações industriais, onde a precisão em rotinas definidas é primordial.
Implicações e próximos passos
O caminho para a integração plena de humanoides em ambientes de trabalho será gradual, setorial e sujeita a limitações técnicas e econômicas. A startup Figure AI, que assegura parceria com a BMW, enfrenta questionamentos quanto à escala real da aplicação dos robôs, após reportagem da Fortune sugerir discrepâncias entre alegações e execução.
“O conselho jurídico da Figure irá buscar todos os meios legais para corrigir as declarações falsas da publicação”
(“Figure’s litigation counsel will aggressively pursue all available legal remedies—including, but not limited to, defamation claims—to correct the publication’s blatant misstatements.”)— Brett Adcock, Fundador da Figure AI
Essa situação evidencia os desafios de manter transparência e credibilidade num setor em rápida evolução, reforçando que a adoção comercial em larga escala dependerá do desenvolvimento de soluções robustas e economicamente viáveis.
O futuro da força de trabalho humanoide vinculada à inteligência artificial permanece promissor, porém requer a superação de barreiras técnicas fundamentais e ajustes práticos para a operacionalização efetiva em escala comercial.
Fonte: (MIT Technology Review – Artificial Intelligence)