
Brasília — InkDesign News — O Brasil alcançou uma cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) de 82% entre meninas de 9 a 14 anos em 2024, superando a média global de 12%. O avanço integra a estratégia do país para atingir 90% da população até 2030, visando erradicar o câncer de colo de útero.
Contexto e objetivos
O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer de colo de útero, com estimativas de 17 mil novos casos anualmente no Brasil. Apesar da significativa cobertura vacinal entre meninas, a inclusão de meninos e adolescentes de 15 a 19 anos no programa enfrenta desafios. No início de 2024, cerca de 7 milhões de adolescentes nessa faixa etária não haviam sido vacinados.
Metodologia e resultados
O Ministério da Saúde lançou uma campanha em fevereiro de 2025 para vacinar adolescentes não imunizados, focando inicialmente em 2,95 milhões de jovens de 121 municípios com alta taxa de não vacinados. Contudo, até o final de agosto, apenas 106 mil jovens foram vacinados. Além disso, a cobertura para meninos aumentou de 45,46% para 67,26% em dois anos. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) expressou preocupação com a adesão baixa entre os adolescentes, destacando a falta de informação como um obstáculo significativo.
“A gente tem que insistir mais em mecanismos, em ferramentas de comunicação que atinjam esses jovens”,
(“We need to insist more on mechanisms, communication tools that reach these young people.”)— Juarez Cunha, Diretor, SBIm
Implicações para a saúde pública
A baixa cobertura vacinal entre adolescentes destaca a necessidade de estratégias aprimoradas de comunicação e educação em saúde. Um estudo indicou que 26% a 37% dos jovens não estavam cientes da relação entre a vacina contra HPV e a prevenção do câncer de colo de útero, sinalizando gaps educacionais que precisam ser abordados. A SBIm sugere que horários estendidos de vacinação e a presença de profissionais capacitados podem contribuir para aumentar a adesão.
“Tenho certeza de que a gente vai contornar essa situação, melhorar a adesão da população brasileira”.
(“I am sure we will overcome this situation, improve the adherence of the Brazilian population.”)— Juarez Cunha, Diretor, SBIm
Com medidas como a Política Nacional para Enfrentamento do HPV recentemente sancionada, espera-se um aumento gradual na adesão à vacinação, crucial para a saúde pública. A continuidade de campanhas educativas e o fortalecimento da confiança nas vacinas são prioritários para o futuro dos esforços de imunização.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)