
São Paulo — InkDesign News — A recente queda na pressão inflacionária e a redução nas tensões comerciais entre os EUA e a China estão permitindo que Wall Street diminua as previsões de recessão e que o Federal Reserve mantenha as taxas de juros inalteradas.
Panorama econômico
O cenário global apresenta uma moderação na inflação, com especialistas destacando um acordo entre EUA e China que visa reduzir tarifas. Este acordo, alcançado no último fim de semana, tem repercussões significativas na política monetária, dando ao Federal Reserve (Fed) espaço para manter as taxas de juros nos atuais patamares. Na última reunião, o Fed optou por manter os juros entre 4,25% e 4,50%, com o presidente Jerome Powell sinalizando a falta de evidências de colapso econômico.
Indicadores e análises
Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho indicam que os preços ao consumidor aumentaram apenas 2,3% em abril, marcando o menor avanço anual em mais de quatro anos. Essa variação ajudou a cimentar as expectativas de que o Fed poderá realizar cortes graduais nas taxas de juros no final do ano. De acordo com os economistas do JP Morgan, as chances de uma recessão agora são inferiores a 50%, enquanto os analistas do Barclays não consideram mais a recessão em suas previsões.
“Havia um medo de que as tarifas elevassem a inflação, e isso ainda pode acontecer, mas os dados de hoje pelo menos dão aos investidores uma sensação de alívio de que a inflação ainda está indo na direção certa.”
(“There was a fear that high tariffs would ramp up inflation, and that may still happen, but today’s data at least gives investors a feeling of relief that inflation is still moving in the right direction.”)— Jake Dollarhide, CEO, Longbow Asset Management
Impactos e previsões
Embora as tarifas sobre importações chinesas tenham sido reduzidas de 145% para 30%, os economistas continuam prevendo que os preços dos produtos possam subir nos próximos meses. A análise de alguns bens vulneráveis, como vestuário e automóveis, mostra que seus preços se mantiveram estáveis ou até diminuíram, desafiando expectativas anteriores, mesmo com a implementação das novas tarifas. Economistas da Raymond James ressaltam que a incerteza política em torno das tarifas e suas potenciais implicações inflacionárias manterão os investidores cautelosos.
“Com pouca clareza sobre o status quo final da política comercial e com os formuladores de políticas do Fed provavelmente não conseguindo antecipar quaisquer desenvolvimentos de crescimento ou inflação, agora prevemos apenas dois cortes nas taxas do Fed.”
(“With little clarity on the final status of trade policy and Fed policymakers likely unable to anticipate any growth or inflation developments, we now expect only two Fed rate cuts.”)— Gregory Daco, Economista-chefe, EY
Os desdobramentos futuros dependerão da evolução das políticas tarifárias e das respostas do mercado, com a possibilidade de ajustes nas previsões de juros até o final do ano.
Fonte: CNN Brasil – Economia