
Brasília — InkDesign News — O influenciador digital Luiz Ricardo Melquíades Santiago, conhecido como Rico Melquíades, negou nesta quarta-feira (14), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas no Senado Federal, ter utilizado contas “demo” para divulgação de plataformas de apostas online.
Contexto político
A CPI das Apostas foi instaurada para investigar a promoção irregular de jogos de azar online no Brasil e o papel de influenciadores digitais nessas campanhas publicitárias. Rico Melquíades foi convocado após ser alvo da operação Game Over 2, realizada pela Polícia Civil de Alagoas, que buscou esclarecer a estrutura de divulgação dessas práticas ilegais, com foco no chamado “jogo do tigrinho”. Durante a operação, foram apreendidos celulares, veículos e bloqueadas contas bancárias do influenciador. A presidente da CPI, senadora Soraya Thronicke, ressaltou que sua presença é “essencial para compreender como se estruturam as campanhas de divulgação de jogos ilegais, quais são os vínculos entre influenciadores e essas plataformas, e de que forma tais práticas impactam negativamente a sociedade, em especial os mais vulneráveis.”
Reações e debates
Durante o depoimento, Rico esclareceu a questão das contas demo, afirmando:
Eu sei o que é uma conta demo, mas nunca utilizei. A conta demo é uma coisa ilustrativa que você divulga mostrando o jogo. É uma conta real, não fictícia, mas quem contrata é quem manda login e senha.
— Rico Melquíades, influenciador digital
Ele também destacou que seus rendimentos não se limitam à divulgação de casas de apostas, dizendo:
O meu dinheiro nunca veio só dos jogos. Antes das bets, eu participei de um programa de reality show no qual eu venci e ganhei R$ 1,5 milhão. Saindo do programa eu também fiz muitas publicidades milionárias.
— Rico Melquíades, influenciador digital
Essas declarações suscitaram debates sobre a responsabilidade dos influenciadores na promoção de plataformas de apostas, já que as contas demo podem criar uma falsa impressão de facilidade para lucrar, o que pode induzir usuários a apostarem dinheiro real.
Desdobramentos e desafios
A CPI das Apostas segue sua agenda para aprofundar a investigação sobre as relações entre influenciadores digitais e plataformas de apostas ilegais. O debate legislativo pode resultar em regulamentações mais rígidas sobre a publicidade destes jogos, buscando proteger especialmente populações vulneráveis. Além das implicações jurídicas para os envolvidos, o caso também reforça a discussão sobre ética digital e transparência nas redes sociais, promovendo um ambiente mais seguro para o público consumidor.
O processo legislativo e as ações do poder judiciário deverão orientar o caminho para a definição de limites claros e mecanismos de fiscalização para as promoções realizadas via influenciadores. O impacto social dessas práticas continua sendo evaliado, com a CPI atuando como importante instrumento de fiscalização e conscientização pública.
Fonte: (CNN Brasil – Política)