
Brasília — InkDesign News — Os médicos responsáveis pelo tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recomendaram que ele não participe presencialmente do ato organizado pela oposição em defesa da anistia aos envolvidos nos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A manifestação está agendada para o dia 7 de maio.
Contexto político
A pós-eleição de 2022 e os eventos traumáticos que culminaram na invasão dos prédios dos Três Poderes, o debate sobre a anistia aos participantes desses atos ganhou força em certos círculos políticos. O ato convocado pela oposição visa pressionar por essa anistia, mobilizando figuras alinhadas à defesa dos manifestantes. Bolsonaro, recentemente internado durante 21 dias para tratamento de desobstrução intestinal no hospital DF Star, foi orientado por seus médicos a evitar aglomerações em razão do risco de infecções e da necessidade de manutenção de uma dieta pastosa e repouso.
Reações e debates
O médico responsável pela cirurgia do ex-presidente, Cláudio Birolini, explicou que “Nós passamos as instruções para o presidente para que ele não participe diretamente do ato, presencialmente do ato porque isso não seria recomendável neste momento”. A recomendação médica enfatiza a prudência diante do quadro clínico recente de Bolsonaro, que teve intercorrências controladas, conforme relatado pelo cardiologista da equipe, Leandro Echenique:
“A recomendação de evitar aglomeração até pelo risco de infecções, ficar mais resguardado, né? (Como vocês acompanharam pelos boletins, as intercorrências que ocorreram, todas foram solucionadas. A parte da pressão arterial foi muito bem controlada, a inflamação do fígado que ocorreu também foi totalmente controlada.”
— Leandro Echenique, cardiologista
Enquanto o ex-presidente não poderá comparecer, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos Flávio e Carlos devem participar do evento, segundo o pastor Silas Malafaia, organizador do ato.
Desdobramentos e desafios
A decisão médica de afastar Bolsonaro do ato político destaca os cuidados necessários após uma internação prolongada, sobretudo em um contexto de alta exposição pública e mobilizações políticas polarizadas. O episódio evidencia o desafio de conciliar a saúde e a imagem pública em momentos de fragilidade física, ao mesmo tempo em que a pauta da anistia permanece em evidência no cenário político. O debate sobre a anistia àqueles envolvidos no ataque aos Três Poderes promete seguir acirrando posições no Congresso, com repercussões significativas para a governabilidade e a coesão social.
“Nós passamos as instruções para o presidente para que ele não participe diretamente do ato, presencialmente do ato porque isso não seria recomendável neste momento.”
— Cláudio Birolini, médico responsável pela cirurgia de Bolsonaro
O quadro clínico do ex-presidente traz uma dimensão adicional para os próximos movimentos políticos da oposição, que terá que lidar com as ausências e presenças simbólicas no ato de 7 de maio. A manutenção do diálogo sobre a anistia continuará a ser um ponto sensível na agenda política nacional, com possíveis novas fases legislativas que podem incluir propostas e contrapropostas no âmbito dos parlamentos estaduais e federal.
Fonte: (CNN Brasil – Política)