
O que acontece com um robô social após sua aposentadoria?
São Paulo — InkDesign News — Um estudo recente sobre inteligência artificial e suas interações com crianças revelou que robôs sociais, como o Luka, vão além de seu propósito inicial, desenvolvendo vínculos emocionais com a família ao longo do tempo.
Contexto da pesquisa
Na pesquisa publicada na Frontiers in Robotics and AI, liderada pela Dr. Zhao Zhao da Universidade de Guelph, foram investigadas as mudanças nos papéis desempenhados pelo robô Luka, um dispositivo desenhado para ajudar crianças a aprender a ler. Quatro anos após sua introdução em 20 lares, a equipe revisitava as interações entre as famílias e o robô.
Método proposto
A abordagem da pesquisa focou em entrevistas com 19 das 20 famílias envolvidas na experiência. O estudo buscou entender não apenas a utilização continuada do robô, mas também as novas funções emocionais que ele assumiu.
Resultados e impacto
Os achados foram notáveis: dezoito das dezenove famílias ainda possuíam o robô, muitos o usavam como toca-fitas ou simplesmente o mantinham exposto como um item de valor sentimental. “Nós não usamos mais, mas não conseguimos jogar fora. É como parte da nossa história.” (“We don’t really use it anymore, but we couldn’t throw it out. It’s like part of our history.”)
— Pai Participante
A pesquisa revelou que, ao longo do tempo, o robô perdeu sua função original mas ganhou um significado mais profundo, tornando-se um símbolo de momentos passados e nostalgia. Essa transição de um “tutor” para um “companheiro” destaca a importância emocional que a tecnologia pode adquirir no contexto familiar.
As famílias relataram usar o robô para novas interações, como criar histórias para ele ou até ensinar, o que sugere uma mudança na relação entre crianças e máquinas. “As crianças não descartam o robô ‘infantil’; elas o reinterpretam.” (“Children don’t always discard the ‘babyish’ robot—they reinterpret it.”)
— Dr. Zhao Zhao, Pesquisadora Principal
Estudos sobre o uso contínuo de robôs sociais ressaltam que a ligação emocional pode, de fato, superar a novidade inicial. Isso implica que os designers de robôs precisam considerar não apenas a funcionalidade, mas a trajetória emocional e simbólica desses dispositivos na vida das famílias.
Os próximos passos dessa pesquisa podem incluir o desenvolvimento de rituais de despedida para esses robôs, reconhecendo as ligações formadas ao longo dos anos. Em um mundo onde a tecnologia está cada vez mais integrada ao cotidiano, compreender como esses robôs são lembrados e valorizados pode trazer novos insights sobre a interação humano-máquina.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)