Machine learning expõe divisões sociais no uso de AI no trabalho

São Paulo — InkDesign News — Um novo estudo revela divisões sociais profundas no uso de aplicações de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, e nas percepções relacionadas à segurança no emprego. A pesquisa destaca como a demografia, incluindo idade, gênero e classe, influencia essas percepções.

Contexto da pesquisa

A pesquisa foi conduzida pela Universidade de Exeter e revela que a percepção sobre a AI varia significativamente entre diferentes grupos sociais. As pessoas que não utilizam a GenAI e as que são mais velhas são mais propensas a vê-la como uma ameaça ao emprego, enquanto usuários frequentes a veem como uma oportunidade.

Método proposto

A coleta de dados foi realizada por meio de uma pesquisa online da YouGov com 1.061 participantes, em março de 2025. A pesquisa trouxe insights sobre a utilização da GenAI em ambientes profissionais e pessoais, segmentando os respondentes por idade, ocupação e classe social.

Resultados e impacto

Os resultados indicaram que 41% dos profissionais e gerentes consideram a GenAI como uma oportunidade, em comparação a apenas 25% entre aqueles em funções administrativas e de serviço. Ademais, 39% dos entrevistados em ocupações administrativas percebiam a tecnologia como uma ameaça, enquanto apenas 24% dos profissionais a viam dessa forma.

“O fator mais forte ligado às opiniões das pessoas é se elas realmente usam a GenAI, seja no trabalho ou na vida privada. Mesmo os usuários ocasionais veem a ferramenta como uma oportunidade muito mais frequentemente.”
(“The single strongest factor linked to people’s views is whether they actually use GenAI—either at work or in their private lives. Even infrequent users are far more likely to see GenAI as an opportunity.”)

— Professor Florian Stoeckel, Universidade de Exeter

Observou-se que a utilização da GenAI varia significativamente pela faixa etária, com apenas 37% dos indivíduos de 18 a 29 anos se declarando não usuários, em contraste com 89% dos que têm mais de 65 anos. Além disso, apenas 50% dos que têm entre 18 e 29 anos afirmam usar a GenAI no ambiente de trabalho.

Esse estudo levanta preocupações acerca do fortalecimento de desigualdades existentes, já que 58% dos identificados como classe trabalhadora veem a tecnologia como uma ameaça, em comparação a apenas 33% entre os da classe média. A pesquisa sugere que as implicações da GenAI no local de trabalho não apenas influenciam a percepção sobre a segurança no emprego, mas também refletem disparidades mais amplas nas socioeconomias contemporâneas.

Próximos passos incluem uma exploração mais aprofundada das aplicações da GenAI, que podem ser essenciais para soluções de automação e melhoria da produtividade, especialmente em setores que historicamente enfrentam resistência à adoção de novas tecnologias.

Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)