
Brasília — InkDesign News — A reunião da bancada de deputados federais do PDT, ocorrida na manhã de terça-feira (6), definiu o rompimento do partido com a base de apoio do governo Lula, selado em meio à crise da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à insatisfação pela escolha do novo presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior.
Contexto político
O pedido de demissão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciado na sexta-feira (2), teve como ponto central a nomeação de Gilberto Waller Júnior para presidir o INSS, decisão tomada exclusivamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de outras pastas, sem consulta a Lupi. A bancada do PDT na Câmara, composta por 17 deputados, reuniu-se para discutir os desdobramentos desta crise, culminando na declaração de independência do partido em relação à base governista. O PDT historicamente articulava pautas de interesse do governo, como a votação do arcabouço fiscal em 2023, com Lupi como principal articulador político.
Reações e debates
Durante o encontro, o ex-ministro expressou o seu “descontentamento” pela forma como a escolha da presidência do INSS foi conduzida, o que contribuiu para o afastamento do PDT da base aliada.
“respeita” a decisão dos parlamentares e continuará dialogando com o PDT
— Gleisi Hoffmann, Ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais
Apesar da saída formal da base governista, deputados da bancada afirmam que manterão posturas independentes, evitando vínculos com a oposição bolsonarista e demonstrando apoio a pautas progressistas, especialmente aquelas voltadas aos direitos das minorias. Wolney Queiroz, atual ministro da Previdência, é reconhecido com respeito pela bancada, embora não consiga representar plenamente os interesses do partido.
“desmoralização” do partido diante da ausência de consulta e da condução política durante a crise na autarquia
— Parlamentares da bancada PDT na Câmara
Desdobramentos e desafios
A saída do PDT da base governista sinaliza desafios para a governabilidade do presidente Lula, principalmente na articulação de pautas econômicas e sociais sensíveis. O partido poderá continuar influenciando votações importantes, porém com autonomia e postura crítica, o que aponta para um ambiente político menos consolidado e com maior fragmentação dentro da Câmara dos Deputados. A crise na Previdência ainda exige respostas institucionais e políticas que garantam a integridade dos mecanismos sociais e a confiança da população.
Assim, o PDT deve agora navegar entre o distanciamento político do governo e o protagonismo em pautas sociais, enquanto a relação com o Executivo seguirá marcada pelo diálogo e pela negociação.
Fonte: (CNN Brasil – Política)