São Paulo — InkDesign News — Pesquisas recentes em inteligência artificial (AI) revelam estratégias distintas de profissionais da escrita diante da adoção das tecnologias de machine learning generativo, destacando impactos na prática e identidade profissional.
Contexto da pesquisa
Estudo conduzido pela New York University (NYU), apresentado na conferência ACM CHI em Yokohama, Japão, investigou como 25 escritores profissionais, com média de 17 anos de experiência e pelo menos um ano de uso de AI generativa, adaptam suas rotinas diante das ferramentas baseadas em machine learning. O foco foi a teoria do “job crafting”, que examina como trabalhadores remodelam suas funções para aumentar significado e valor em seu labor.
Método proposto
Os pesquisadores usaram entrevistas qualitativas para identificar quatro estratégias principais: duas de resistência à AI (expansão humana e localização humana) e duas de adoção da AI generativa (expansão baseada em AI e delegação para AI). As estratégias de resistência envolvem reforço da identidade humana e criação de nichos específicos, enquanto as de adoção focam no uso do AI para otimizar fluxo criativo e delegar tarefas mecânicas.
Resultados e impacto
Foi evidenciada uma “rivalidade com AI” entre os resistores, que competem ativamente contra as limitações das máquinas, explorando contextos locais e específicos. Por outro lado, os adotantes realizam trabalho gerencial intenso com AI, como design de prompts e correção de saídas para garantir qualidade. Essa diferenciação revela que resistores integram a AI à identidade profissional, enquanto adotantes priorizam apenas a adaptação prática.
“Estou tomando medidas para ser mais independente… Criei 11 sites. O site de culinária é meu maior sucesso.”
(“I’m taking steps to be more independent… I have started 11 websites. The baking website is my best contender.”)— Participante, SEO Writer, NYU Study
“Com ChatGPT, preciso reservar de duas a três horas para fazer o prompting… Se interrompo no meio, é extremamente difícil acompanhar o raciocínio.”
(“With ChatGPT, I need to block two to three hours to complete the prompting… If I leave it midway… it is extremely difficult to follow the reasoning.”)— Participante, Paralegal, NYU Study
Essa pesquisa destaca a complexidade do impacto da AI generativa em profissões criativas, sugerindo que a interação humana com machine learning não é passiva, mas envolve negociação de identidade e práticas de trabalho. O estudo recomenda a criação de comunidades para compartilhamento entre resistores e adotantes, a fim de promover estratégias conjuntas na transformação tecnológica em curso.
O avanço das tecnologias baseadas em modelos de linguagem e geração automática aponta para aplicação em múltiplos setores, como produção de conteúdo, jurídico e editorial, incentivando o refinamento dos métodos de prompt engineering e avaliação crítica das saídas automatizadas.
Fonte: (TechXplore – Machine Learning & AI)
