
O líder do PT no Senado Federal, Rogério Carvalho (SE), defendeu nesta quinta-feira (15) a participação do partido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ressaltando a importância de uma investigação que responsabilize os envolvidos em fraudes e descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Contexto político
A CPMI do INSS, impulsionada pela oposição, foi apresentada na última segunda-feira (12) pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), reunindo 259 assinaturas logo em seu protocolo. O requerimento visa investigar fraudes bilionárias e descontos não autorizados em benefícios do INSS, com indícios de que tais irregularidades iniciaram na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e persistiram durante o governo atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar do apoio de alguns senadores petistas, a posição oficial do Palácio do Planalto permanece contrária à criação da CPMI, desencadeando um cenário de articulações internas sobre a atuação governista, caso o colegiado seja instalado.
Reações e debates
Durante audiência na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado, que contou com a participação do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, Rogério Carvalho afirmou:
“Na condição de Líder do PT, nós vamos defender que o partido participe dessa CPI, mas não uma CPI para avaliar e para fazer disputa e palanque eleitoral, mas para investigar, apontar os responsáveis e botar na cadeia aqueles que roubaram os aposentados e pensionistas do INSS. Essa é a nossa finalidade”
— Rogério Carvalho, Líder do PT no Senado
O senador também apontou que o PT pretende realizar uma investigação rigorosa, semelhante às CPIs anteriores em que participou:
“O PT vai assinar, sim, essa CPI, e nós vamos investigar, olhando, na linha do tempo, todos os fatos e todas as pessoas, como fizemos na CPI da Covid, como fizemos na CPI do 8 de Janeiro, sem nenhum tipo de problema de fazer investigação mais profunda, porque é isso que a gente quer, foi isso que o governo do presidente Lula fez, e é por isso que a gente está aqui, fazendo esse debate”
— Rogério Carvalho, Líder do PT no Senado
No entanto, o Planalto mantém-se contrário à instalação da CPMI, ainda que parlamentares governistas estejam articulando estratégias para atuar no colegiado, caso ele avance. Na mesma data, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) tornou-se o primeiro petista a assinar o pedido formal da CPMI, destacando em redes sociais a necessidade de uma apuração profunda: “Por isso, faço coro por uma investigação contundente, que traga punição exemplar para todos os responsáveis, doa a quem doer”.
Desdobramentos e desafios
A criação da CPMI do INSS implica em um processo legislativo que pode se estender por semanas ou meses, exigindo articulação entre oposição e governo para definir o mandato e o comando dos trabalhos. Para o cenário político, a comissão representa um potencial confronto entre os partidos, dado que investigações abrangem gestões recentes de diferentes administrações presidenciais. Além do embate político, a CPMI pode influenciar a percepção pública sobre a fiscalização das políticas previdenciárias e gerar impactos diretos para aposentados e pensionistas que foram vítimas das fraudes. A atuação do colegiado também poderá pressionar o Governo Federal a aprimorar mecanismos de controle e transparência no INSS.
Com expectativa de grande repercussão, o avanço da CPMI desafia os parlamentares a equilibrar rigor investigativo e prudência política, resguardando os interesses dos beneficiários do sistema previdenciário e a estabilidade do governo.
Fonte: (CNN Brasil – Política)