São Paulo — InkDesign News — As taxas dos DIs no Brasil encerraram a quarta-feira (14) em alta, especialmente entre os contratos com vencimento a partir de janeiro de 2027, refletindo dados robustos do setor de serviços e expectativas de manutenção de juros elevados.
Panorama econômico
O ambiente econômico no Brasil tem sido impactado por fatores internos e externos. A expectativa de que o Banco Central manterá a taxa Selic elevada por um período prolongado se intensificou após a divulgação da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). A combinação de desempenho positivo no setor de serviços, conforme indicado pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a alta nos rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos, criou um cenário que pressiona os juros para cima.
Indicadores e análises
No fechamento da quarta-feira, a taxa do DI para janeiro de 2026 situava-se em 14,805%, em comparação ao ajuste anterior de 14,79%. Para janeiro de 2028, a taxa foi de 13,67%, refletindo um aumento de 14 pontos-base. A curva de juros apresenta uma divisão nas expectativas para o próximo encontro do Copom, previsto para junho. A probabilidade de manutenção da Selic foi avaliada em 49%, contra 51% para uma elevação de 25 pontos-base.
“Desde a ata existe a percepção de que os juros vão precisar permanecer elevados por mais tempo, e o mercado está tentando calibrar quando o BC vai começar a cortar”
(“Since the minutes, there is a perception that interest rates will need to remain elevated for longer, and the market is trying to calibrate when the BC will start cutting.”)— Rafael Sueishi, Head de Renda Fixa, Manchester Investimentos
Impactos e previsões
O crescimento do volume de serviços foi de 0,3% em março, i.e., um indicador que pressiona a inflação, corroborando a necessidade de uma política monetária restritiva. A revisão do crescimento de fevereiro de 0,8% para 0,9% sugere que o setor de serviços está em expansão. Isso, somado ao avanço nos juros dos Treasuries, reflete uma crescente preocupação no mercado sobre a trajetória fiscal.
“As apostas de cortes ainda em 2025 praticamente sumiram, e o mercado está concentrando as apostas no fim do primeiro semestre de 2026”
(“The bets on cuts still in 2025 have practically vanished, and the market is focusing its bets on the end of the first semester of 2026.”)— Rafael Sueishi, Head de Renda Fixa, Manchester Investimentos
Na próxima semana, a equipe econômica do governo deverá apresentar um relatório sobre as contas públicas, indicando possíveis congelamentos de recursos. O comportamento das taxas também será influenciado pelos rendimentos dos Treasuries, que estão num movimento ascendente.
Os próximos desdobramentos nas taxas de juros e a resposta do setor à política fiscal serão cruciais para entender a dinâmica econômica no Brasil nos próximos meses.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)
