
Ponta Grossa — InkDesign News — Miguel Terceros, jogador boliviano do América-MG, foi preso em flagrante neste domingo (5), após a partida contra o Operário-PR, válida pela Série B do Campeonato Brasileiro, sob acusação de injúria racial. Este é o primeiro caso de prisão por racismo durante um jogo oficial registrado em 2025 no futebol brasileiro.
Desenvolvimento do jogo
A partida disputada no estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa, terminou com vitória do Operário por 1 a 0. O jogo foi interrompido aos 30 minutos do primeiro tempo após o árbitro Alisson Sidnei Furtado aplicar o protocolo antirracismo da CBF, cruzando os punhos, imediatamente após o atleta Miguel Terceros proferir uma ofensa racial contra Allano, meia do Operário. O episódio, confirmado pelo próprio Allano e pelo capitão Jacy, causou paralisação de aproximadamente 15 minutos.
Destaques e estatísticas
De acordo com o último relatório do Observatório da Discriminação Racial no Futebol 2023, das 162 ocorrências de atos racistas, 128 envolveram torcedores como agressores e apenas 12 atletas foram acusados de ofensas racistas. Casos de prisão em flagrante, como o atual, são extremamente raros no futebol brasileiro.
Em 2005, registro semelhante ocorreu quando o zagueiro argentino Leandro Desábato foi preso após ofender o atacante Grafite no confronto entre São Paulo e Quilmes pela Copa Libertadores. Na ocasião, Desábato permaneceu 43 horas detido até pagamento de fiança.
Repercussão e próximos passos
“O América FC, fiel à sua história centenária e aos princípios que a sustentam, vem a público prestar esclarecimentos e manifestar total solidariedade ao atleta Miguel Ángel Terceros, diante de acusações infundadas que tentam associar seu nome a conduta de cunho racista.”
— Nota oficial do América-MG
“O Operário Ferroviário Esporte Clube repudia com veemência qualquer ato de racismo. Durante a partida de hoje (04), diante do América-MG, o nosso atleta Allano relatou ter sido vítima de ofensas racistas por parte do jogador Miguelito, da equipe adversária. O clube está buscando as imagens e demais elementos que possam confirmar os fatos e tomará todas as medidas cabíveis diante da gravidade da situação.”
— Nota oficial do Operário-PR
A Polícia Civil do Paraná considerou os depoimentos suficientes para prisão em flagrante e segue investigando o caso, buscando imagens da partida para comprovar a denúncia. A defesa do jogador ainda não se manifestou. O episódio reacende o debate sobre o combate ao racismo no futebol e provoca efeito direto na Série B, tanto em nível esportivo quanto social.
Fonte: (CNN Brasil – Esportes).