
São Paulo — InkDesign News — Recentes pesquisas sobre magnetares, estrelas de nêutrons com campos magnéticos intensos, revelaram novas informações sobre suas emissões de raios-X. Os dados foram coletados pela NASA e podem ajudar a desvendar os mistérios desses corpos celestes.
Contexto da descoberta
Os magnetares, uma forma jovem de estrela de nêutrons, possuem campos magnéticos que são quadrilhões de vezes mais fortes que o da Terra. A pesquisa focou no magnetar 1E 1841-045, localizado a cerca de 28.000 anos-luz de distância na remanescente de supernova Kes 73. Até agora, esses objetos eram conhecidos por liberar raios-X, mas os fenômenos exatos que causam os surtos de brilho intensificado ainda não estão bem comprehendidos.
A observação recente foi impulsionada por um evento de surto detectado em 21 de agosto de 2024, onde os telescópios Swift, Fermi e NICER registraram um aumento significativo na atividade do magnetar. Essa observação pontual levou os cientistas a redirecionar o Observatório de Polarimetria de Raios-X da NASA (IXPE) para medir a polarização da luz emitida durante o brilho.
Métodos e resultados
O IXPE utilizou medições de polarização para identificar a orientação das ondas de raios-X emitidas pelo magnetar. Os resultados indicaram que as emissões de X-ray do 1E 1841-045 se tornaram mais polarizadas à medida que a energia aumentava, mantendo a mesma direção de propagação. Essa descoberta é significativa, dado que a polarização oferece ideias sobre os processos energéticos que geram essas emissões.
“Esta observação única ajudará a avançar os modelos existentes que visam explicar a emissão de raios-X duros dos magnetares, exigindo que eles considerem esse alto nível de sincronização que vemos entre esses fótons de raios-X duros.”
(“This unique observation will help advance the existing models aiming to explain magnetar hard X-ray emission by requiring them to account for this very high level of synchronization we see among these hard X-ray photons.”)— Rachael Stewart, Aluna de doutorado, Universidade George Washington
O ganho no grau de polarização é atribuído à cauda de raios-X duros do 1E 1841-045, que domina as energias de fótons mais altas observadas pelo IXPE. Embora essa propriedade seja comum em magnetares, as mecânicas que impulsionam a produção de raios-X de alta energia ainda são, em sua maioria, desconhecidas.
Implicações e próximos passos
As medições de polarização feitas pelo IXPE não apenas nos ajudam a entender melhor os fenômenos em magnetares, mas também abrem portas para futuras investigações. Os pesquisadores planejam observar 1E 1841-045 em seu estado quiescente para monitorar a evolução de suas propriedades polarimétricas.
“Será interessante observar 1E 1841-045 quando retornar ao seu estado básico para seguir a evolução de suas propriedades polarimétricas.”
(“It will be interesting to observe 1E 1841-045 once it has returned to its quiescent, baseline state to follow the evolution of its polarimetric properties.”)— Dr. Michela Rigoselli, Astrônoma, Instituto Nacional de Astrofísica da Itália
Através dessas pesquisas, os cientistas esperam restringir as teorias sobre como os magnetares geram suas intensas emissões de raios-X. Assim, a técnica de polarização pode oferecer insights sobre condições cósmicas extremas que não podem ser reproduzidas em laboratório.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)