
Brasília — InkDesign News — Um estudo revela que a inserção de jovens no mercado de trabalho, ao lado da educação formal, tem impacto significativo nas habilidades de leitura e interpretação. O levantamento do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) destaca a necessidade de reformular estratégias de educação e inclusão para adolescentes e jovens de 15 a 29 anos.
Contexto educacional
Historicamente, a educação brasileira enfrenta desafios significativos, com apenas 35% da população acima de 15 anos classificada como alfabetizada plenamente. Este número indica a dificuldade em localizar informações não explícitas e interpretar textos complexos. A pesquisa mostra que 29% da população é considerada analfabeta funcional, enquanto outros 36% têm apenas alfabetização elementar, evidenciando uma preocupação persistente com a educação e a inclusão social no país.
Políticas e iniciativas
Os dados sugerem a necessidade de políticas públicas mais efetivas que se concentrem na inclusão dos grupos mais vulneráveis, especialmente jovens de famílias de baixa renda, negros e indígenas. Há uma necessidade urgente de integrar formação profissionalizante à educação básica. Segundo Ana Lima, coordenadora do estudo, é fundamental que haja “ações de formação continuada e concentrada na relação com o mundo do trabalho, valorizando empregadores e redes educativas com horário flexível.”
“O trabalho presencial também é uma oportunidade de aprendizado…”
(“It is in work that you interact with someone who knows more than you, who has a process, a method, a path.”)— Ana Lima, Coordenadora do Estudo
Desafios e perspectivas
Dentre os desafios enfrentados, destaca-se a desigualdade de gênero e raça. O estudo aponta que 42% das mulheres jovens com analfabetismo funcional não estudam nem trabalham, em contraste com 17% dos homens. Essa disparidade é exacerbada entre jovens negros, que apresentam 17% de analfabetismo funcional, em comparação com 13% dos jovens brancos. Ana Lima observa que “esse jovem está melhor qualificado do que estava na década passada… Contudo, ele chega com muitas limitações para atuar num mercado de trabalho cada vez mais sofisticado.”
O futuro exige um esforço coletivo para reconciliar as demandas do mercado de trabalho com as capacidades educacionais disponíveis. A resiliência e a adaptação às exigências de tecnologia e inovação nas práticas educativas são essenciais para garantir que os jovens se sintam equipados e motivados para enfrentar os desafios do emprego moderno.
O fortalecimento das políticas educacionais, com um foco renovado na formação de jovens que se encontram à margem do contexto produtivo, pode ser o caminho para mitigar as desigualdades sociais e fomentar um desenvolvimento mais equitativo.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)