
Brasília — InkDesign News — Um estudo recente do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Ministério da Saúde revela que para cada R$ 1 de lucro da indústria tabagista, o Brasil investe R$ 5 em custos relacionados a doenças causadas pelo fumo.
Contexto e objetivos
O tabagismo representa um grave problema de saúde pública no Brasil, sendo responsável por uma alta taxa de mortalidade. O estudo “A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta” visa quantificar os impactos econômicos das doenças relacionadas ao tabagismo, abrangendo tanto os custos diretos quanto os indiretos. O público-alvo abrange todos os brasileiros, com foco especial nas populações vulneráveis, como jovens e fumantes.
Metodologia e resultados
A pesquisa analisou dados de lucros das empresas de tabaco, correlacionando-os com as estatísticas de mortalidade por doenças atribuíveis ao tabagismo. Cada R$ 156 mil de lucro é equivalido a uma morte por doenças como DPOC e câncer de pulmão. Os custos diretos médios por morte foram estimados em R$ 361 mil, enquanto os custos totais (diretos e indiretos) alcançaram R$ 796 mil.
“Ao combinar essas duas equivalências, obtém-se que, para cada R$ 1 lucro obtido pela indústria do tabaco, o Brasil gasta duas, três vezes esse valor com custo direto do tratamento de doenças relacionadas ao tabaco e 5,1 vezes esse valor com o custo total (direto e indireto) dessas doenças.
(“By combining these two equivalences, it can be seen that for every R$ 1 profit obtained by the tobacco industry, Brazil spends two to three times that value on direct treatment costs for tobacco-related diseases and 5.1 times that value on total costs (direct and indirect) of these diseases.”)— Ministério da Saúde
Implicações para a saúde pública
O tabagismo gera 477 mortes diárias no Brasil, resultando em 174 mil óbitos evitáveis por ano. As cifras evidenciam a necessidade de programas eficazes de cessação do fumo. Em resposta, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para dependentes de nicotina, facilitando o acesso à terapia e acompanhamento profissional. Além disso, a pesquisa aponta que apenas 5,2% dos custos totais associados ao fumo são cobertos por impostos federais, o que ressalta a insuficiência na arrecadação frente aos gastos com saúde.
“Para mudar essa realidade, o SUS disponibiliza tratamento gratuito para a dependência da nicotina em todo o país.
(“To change this reality, the SUS provides free treatment for nicotine dependence across the country.”)— Ministério da Saúde
As recomendações incluem a necessidade urgente de aumentar a arrecadação de impostos sobre produtos de tabaco, visando financiar os custos significativos que o tabagismo impõe ao sistema de saúde. Espera-se também que campanhas educativas possam ajudar na redução da incidência de novos fumantes, especialmente entre os jovens.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)