
Brasília — InkDesign News — O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, recebeu em seu gabinete no Palácio do Planalto, na última terça-feira (20), Givaldo Ricardo de Freitas, ex-superintendente Especial de Comunicação do governo de Sergipe, indiciado pela Polícia Federal por encomendar um áudio falso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as eleições de 2022.
Contexto político
O episódio ocorreu em meio a tensões internas no PT no estado de Sergipe, onde Márcio Macêdo e o senador Rogério Carvalho, vítima da manipulação, disputam protagonismo político. Givaldo Ricardo, que atualmente chefia a comunicação do Sebrae Sergipe, esteve no encontro acompanhando a agenda institucional da superintendente da entidade, Priscila Felizola, para tratar da parceria no programa Pró-Catador, coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência. Segundo o inquérito da PF, o áudio falso simulava críticas do presidente Lula ao senador Rogério Carvalho, então candidato ao governo de Sergipe, tendo sido produzido para beneficiar o adversário de Carvalho, o deputado Fábio Mitidieri (PSD), vencedor da eleição estadual de 2022.
Reações e debates
A visita gerou desconforto entre membros petistas que compõem o governo, que consideraram “estranho” um ministro do partido receber alguém associado a práticas contra a campanha eleitoral do PT. Conforme relato de interlocutores políticos, a exposição de Márcio Macêdo ocorre em um momento de fragilidade política, intensificando especulações sobre sua permanência no cargo, com o presidente Lula cogitando substituí-lo pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
“Não existe qualquer relação política entre o ministro e o senhor Givaldo. O ministro cumpriu agenda estritamente institucional com foco em um dos programas mais importantes do ministério. Em nada isso se confunde com temas partidários.”
— Nota da assessoria do ministro Márcio Macêdo
“A agenda com o senhor ministro Márcio Macêdo foi solicitada pela superintendente do Sebrae-SE, Priscila Felizola. Ela própria, em suas redes sociais, explicou o motivo da solicitação: a parceria no programa Pró-Catador, coordenado pela Secretaria-Geral, voltada ao fortalecimento da cadeia produtiva dos catadores, que conta com o apoio do Sebrae no país inteiro.”
— Nota da assessoria do ministro Márcio Macêdo
Desdobramentos e desafios
O caso reforça desafios na articulação interna do PT em Sergipe e abre questionamentos sobre a gestão da comunicação e das agendas institucionais no governo federal, sobretudo em períodos eleitorais delicados. A penalização de Givaldo com multa R$ 9.000 por crime eleitoral evidencia a atuação punitiva da Polícia Federal contra práticas de desinformação. Para Macêdo, a manutenção da agenda institucional sem vinculação política direta foi enfatizada. O futuro da relação entre os protagonistas envolvidos e as definições ministeriais de Lula para o estado serão observados como indicativos das próximas movimentações no cenário político local e nacional.
O episódio expõe tensões entre o discurso oficial do governo federal e as disputas internas partidárias, diante de acusações graves que colocam em xeque a integridade das campanhas eleitorais, tendo desdobramentos para a governança e a confiança institucional.
Fonte: (CNN Brasil – Política)