
São Paulo — InkDesign News — O novo projeto do Hotel Imperial, em Kyoto, reflete uma abordagem inovadora no design contemporâneo, desafiando a noção de que o luxo e a autenticidade precisam ser mutuamente exclusivos. Esta transformação de um teatro de 90 anos em um hotel boutique de 55 quartos, programado para abertura na primavera de 2026, exemplifica uma nova filosofia em design: “as coisas mais antigas são as mais novas” (“the oldest things are the newest”).
Design de produto
O projeto, idealizado em colaboração com o Laboratório de Pesquisa de Novos Materiais e notáveis influências de Frank Lloyd Wright, apresenta um elo arquitetônico que une obras passadas à contemporaneidade. A metodologia proposta aborda as tradições de design como recursos vivos, não como relíquias de um museu, permitindo uma experiência imersiva de cultura e herança para os hóspedes.
O projeto de renovação, liderado por Tomoyuki Sakakida, envolve técnicas avançadas que focam na preservação das características estéticas originais enquanto atendem às novas exigências de hospitalidade. O hotel incorpora elementos como azulejos de terracota, que são referências diretas ao design de Wright e Tokusaburo Kimura.
Inovação e materiais
A estratégia de “demolição seletiva” do Obayashi Corporation permite a reutilização de 16.387 azulejos originais, aplicando técnicas tradicionais de "ikedori" para garantir a integridade dos materiais. Isso não só mantém a estética original, mas também respeita a história cultural do local, criando uma continuidade material que transcende o tempo.
“Preservar as memórias e a história embutida no edifício para o futuro é um dos nossos principais objetivos”
(“carrying forward the memories and history embedded in the building into the future is one of our main goals.”)— Masahiro Inoue, Gerente Geral da Divisão de Design e Engenharia da Obayashi Corporation
Sustentabilidade e impacto
A abordagem do novo Hotel Imperial é um caso de estudo sobre como a preservação pode reduzir a pegada de carbono, comparando-se com novas construções. Ao conservar materiais originais e integrar práticas sustentáveis, o hotel demonstra que experiências de luxo autêntico não precisam comprometer valores ambientais.
O espaço, posicionado dentro do Gion Kobu Kaburenjo, não apenas homenageia a herança cultural de Kyoto, mas também promove um engajamento autêntico com tradições vivas, refletindo uma responsabilidade cultural e social.
Com a abertura prevista para 2026, o projeto se destaca como um exemplo de hospitalidade que honra o passado, ao mesmo tempo em que busca atender as necessidades contemporâneas. O Hotel Imperial não é apenas um lugar para se hospedar, mas um palco para a cultura e a tradição.
Fonte: (yankodesign – Design)