ICE planeja monitorar 180 mil imigrantes com gadget de tornozelo

São Paulo — InkDesign News — A recente expansão do uso de vigilância eletrônica por parte do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Fronteiras dos EUA) abre novas discussões sobre privacidade e direitos humanos no contexto de monitoramento de imigrantes, ressoando com preocupações do setor tecnológico.
Contexto e lançamento
O ICE anunciou que pretende aumentar o número de imigrantes sob monitoramento eletrônico, passando de aproximadamente 24.000 pessoas equipadas com monitores de pulso GPS para cerca de 183.000. Essa mudança ocorre no âmbito do programa de Alternativas à Detenção, que permite que imigrantes aguardem seus processos fora de centros de detenção. Com a reeleição de Donald Trump, a indústria de prisões privadas, como a GEO Group, encontrou novas oportunidades de expansão e lucro.
Design e especificações
Os dispositivos de monitoramento utilizados incluem monitores de tornozelo e, para mulheres grávidas, pulseiras de GPS. Apesar de serem uma alternativa ao encarceramento, esses equipamentos são descritos como desumanizadores, causando desconfortos físicos como hematomas e erupções cutâneas. Adicionalmente, o software SmartLINK, que utiliza reconhecimento facial, é amplamente implementado para verificar a identidade e a localização dos imigrantes. Contudo, parece que o ICE considera esses métodos insuficientes, optando por uma abordagem mais invasiva com o uso de monitores de tornozelo.
Repercussão e aplicações
A mudança proposta pelo ICE já gerou preocupações entre defensores dos direitos humanos e especialistas em privacidade. Wayne Calabrese, presidente e COO da GEO Group, expressou expectativas de que a nova administração se empenhe em monitorar milhões de indivíduos não detidos. Conforme suas palavras:
“Afirmamos ao ICE nossa capacidade de escalar rapidamente nossas capacidades para monitorar e supervisionar várias centenas de milhares, ou até mesmo milhões de indivíduos.”
— Wayne Calabrese, Presidente e COO, GEO Group
De acordo com a análise, o aumento no uso de dispositivos de rastreamento pode representar um ponto perigoso para a privacidade, especialmente considerando que a empresa GEO Group fez contribuições significativas para as campanhas políticas do presidente reeleito.
Como observa o artigo, “o programa de rastreamento é operado pela BI Inc., uma subsidiária do GEO Group”, que começou seu negócio com dispositivos de rastreamento de gado em 1978. A evolução desse modelo de negócio destaca uma crescente interseção entre tecnologia, segurança e imigração.
À medida que o ICE busca implementar essa infraestrutura de monitoramento ampliada, questões sobre ética e vigilância contínua merecem ser debatidas. O futuro vislumbra um aumento potencial nas tecnologias de monitoramento aplicadas a pessoas que, na sua maioria, buscam apenas uma chance de permanecer em segurança.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)