
São Paulo — InkDesign News — Observações recentes do telescópio espacial Hubble revelaram que as maiores luas de Urano, Ariel, Umbriel, Titania e Oberon, parecem acumular poeira em vez de apresentarem os danos esperados devido à radiação. Os dados apresentados por Christian Soto, do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, ocorreram durante uma coletiva de imprensa em 10 de junho, na 246ª Conferência da Sociedade Americana de Astronomia, no Alasca.
Detalhes da missão
Os dados discutidos foram coletados a partir de observações do Hubble e refletem um novo entendimento sobre o comportamento das luas de Urano. Historicamente, espera-se que os hemisférios traseiros das luas estejam escurecidos pela radiação, enquanto os lados da frente se apresentariam relativamente mais claros. No entanto, os pesquisadores notaram que Titania e Oberon mostraram escurecimento nos seus lados da frente, o que contraria as expectativas anteriores.
Tecnologia e objetivos
Os dados foram obtidos usando o Hubble, que efetua observações em diferentes comprimentos de onda. O foco das análises foi em como a poeira, originada do impacto de micrometeoritos em luas mais distantes, poderia estar envolvida neste processo de escurecimento, indicando uma interação mais complexa do que a inicialmente concebida com o campo magnético de Urano. A equipe propõe que as partículas de poeira estejam se acumulando gradualmente nas superfícies das luas, especialmente nas partes frontais, similar ao impacto de insetos em um para-brisa em alta velocidade.
“A coleta de poeira — eu não esperava entrar nessa hipótese”, afirma Richard Cartwright, um cientista planetário na Johns Hopkins University.
(“Dust collection — I didn’t even expect to get into that hypothesis.”)— Richard Cartwright, Cientista Planetário, Johns Hopkins University
Próximos passos
A equipe liderada por Soto agendou observações adicionais com o Telescópio Espacial James Webb para o próximo ano, visando investigar mais detalhadamente as luas com imagens em infravermelho. Essas novas análises poderão confirmar a origem das mudanças na superfície das luas, se atribuídas à poeira, radiação ou uma combinação de ambos. Isso pode aprofundar nosso entendimento da interação dessas luas com o campo magnético do planeta.
“Por que fazemos isso? Bem, Urano é estranho — então, por que não?”, disse Soto durante a coletiva.
(“Why do we do this? Well, Uranus is weird — so why not?”)— Christian Soto, Instituto de Ciência do Telescópio Espacial
Os resultados obtidos ressaltam o quão pouco ainda sabemos sobre Urano, o qual não recebe visitas de missões dedicadas desde o sobrevoo do Voyager 2 em 1986. Estruturas futuras de exploração podem revelar mais sobre a dinâmica e a formação do sistema das luas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)