
São Paulo — InkDesign News — Astrônomos que utilizam o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA registraram uma nova imagem impressionante de uma parte da galáxia espiral NGC 45, localizada a aproximadamente 22 milhões de anos-luz de distância na constelação de Cetus.
Contexto da descoberta
NGC 45, também conhecida como DDO 223, ESO 473-1 ou LEDA 930, possui cerca de 81.000 anos-luz de diâmetro. Descoberta pelo astrônomo inglês John Herschel em 11 de novembro de 1835, esta galáxia se destaca como um tipo raro, chamado de galáxia de baixa luminosidade superficial, que é mais difícil de detectar do que muitas outras galáxias.
De acordo com os pesquisadores, “As galáxias de baixa luminosidade superficial são mais fracas do que o próprio céu noturno, tornando-as extremamente difíceis de detectar”. Essa característica se deve ao fato delas conterem relativamente poucas estrelas em relação à quantidade de gás e matéria escura que possuem.
Métodos e resultados
A imagem colorida foi criada a partir de exposições separadas nas regiões ultravioleta, visível e infravermelha próxima do espectro, utilizando o instrumento Wide Field Camera 3 (WFC3) do Hubble. Os dados foram coletados em dois programas de observação complementares que visam estudar a formação estelar em diferentes galáxias.
Uma das pesquisas contemplou uma ampla visão de 50 galáxias próximas para aproveitar a capacidade do Hubble de observar luz desde o ultravioleta até o infravermelho. A segunda análise focou em um comprimento de onda específico da luz vermelha conhecido como H-alfa, que é produzida intensamente em regiões de formação estelar, como é o caso de NGC 45.
“Regiões de formação estelar são potentes produtoras de luz H-alfa, sendo que várias delas podem ser identificadas em NGC 45 pelo seu brilho rosa-avermelhado.”
(“Star-forming nebulae are powerful producers of H-alpha light, and several of these regions can be identified across NGC 45 by their bright pink-red color.”)— Astrônomos do Hubble
Implicações e próximos passos
A identificação de galáxias como NGC 45 é crucial para compreender a formação e a evolução das galáxias, dado que até 60% de todas elas podem se classificar como galáxias de baixa luminosidade superficial, conforme estimativas recentes.
Os dados coletados pelo Hubble fornecem uma oportunidade única de estudar como essas galáxias se encaixam em modelos maiores de formação galáctica e evolutiva, auxiliando os cientistas a desvendar os mistérios do universo.
Assim, a pesquisa sobre galáxias de difícil detecção, como a NGC 45, é uma linha promissora para futuras investigações na astronomia, utilizando instrumentos sensíveis como os do Hubble.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)