Hoofprint Biome melhora nutrição bovina e reduz metano em cleantech carbono-zero

Berlim — InkDesign News —
A sustentabilidade no agronegócio avança com inovação que visa mitigar emissões de metano, um potente gás de efeito estufa. O foco é a redução das emissões bovinas por meio de um aditivo que melhora a eficiência alimentar e diminui o impacto ambiental da pecuária.
Tecnologia renovável
A startup Hoofprint Biome desenvolveu um aditivo alimentar que altera a microbiota do rúmen das vacas para reduzir a produção de metano, que tem um potencial de aquecimento global 84 vezes maior que o dióxido de carbono. Diferentemente das abordagens anteriores, que vinham do campo da ciência climática, esta estratégia é inspirada pela perspectiva da saúde animal e produtividade agrícola. O processo utiliza enzimas produzidas por leveduras e naturalizadas do próprio rúmen — um sistema microbiano complexo que auxilia na digestão, mas também gera metano.
“A primeira vez que ouvi sobre esse problema do metano foi na ciência animal 101, não no contexto das mudanças climáticas, mas da saúde e produtividade animal.”
(“The first time I heard about this methane problem was animal science 101, not in the context of climate change, but of animal health and productivity.”)— Kathryn Polkoff, Co-fundadora e CEO, Hoofprint Biome
Um investimento de US$ 15 milhões liderado pela SOSV permitirá testes práticos da solução em fazendas, envolvendo também fundos como o Climate Pledge da Amazon e Breakthrough Energy Fellows.
Redução de CO₂
A metodologia da Hoofprint atua suprimindo os microrganismos específicos responsáveis pela emissão do metano no rúmen. Com isso, além da redução do gás, o animal retém mais nutrientes, aumentando sua eficiência alimentar. A expectativa é melhorar em cerca de 5% a conversão alimentar, ou seja, a quantidade de carne produzida por unidade de alimento consumido, alinhando melhor produtividade e sustentabilidade.
“É como se estivéssemos projetando um motor para um carro, mas nunca alteramos o motor — é de onde vem toda a energia.”
(“That’d be like if you were engineering a car but had never changed the engine — that’s where all the energy comes from.”)— Kathryn Polkoff, Co-fundadora e CEO, Hoofprint Biome
Segundo Po Bronson, general partner da SOSV, a naturalidade das enzimas, que degradam-se como proteínas comuns, pode evitar o receio que produtos concorrentes enfrentaram em testes anteriores no Reino Unido.
Casos de uso
O rúmen é descrito como uma “linha de montagem improvisada” para a digestão de forragens difíceis de decompor. O enfoque na microbiologia interna da vaca abre caminhos para uma nova geração de soluções em agrotech que podem conciliar a produção de alimentos com a mitigação de gases do efeito estufa.
“Reduzir metano é o básico; tornar a atividade mais produtiva é o que fará os fazendeiros adotarem.”
(“Knocking down methane is table stakes; to make it a more productive thing is what they will pay for.”)— Po Bronson, General Partner, SOSV
Essa abordagem pode se consolidar como um avanço decisivo na política de descarbonização no setor agropecuário, dada a importância de integrar inovação, sustentabilidade e produtividade para enfrentar as mudanças climáticas.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)