Hexium desenvolve laser para resolver combustível na fusão sustentável

Berlim — InkDesign News —
Startups de fusão nuclear enfrentam desafios cruciais para a sustentabilidade energética, incluindo a obtenção de combustível essencial para gerar energia renovável limpa. A escassez do isótopo de lítio-6 coloca em debate a cadeia de abastecimento para o crescimento da energia por fusão.
Tecnologia renovável
A Hexium, startup emergente, está reaproveitando uma tecnologia desenvolvida nos anos 1980 — a separação isotópica de vapor atômico a laser (AVLIS) — para isolar o lítio-6, fundamental para a produção de trítio, elemento-chave no combustível para reatores de fusão.
A técnica utiliza lasers de alta precisão, porém baixa potência, para ionizar seletivamente átomos de lítio-6 em nuvens vaporosas. Esses átomos ionizados são recolhidos sob ação elétrica para posterior utilização, enquanto o isótopo dominante, lítio-7, é redirecionado para uso em reatores nucleares convencionais, contribuindo para a melhoria dos sistemas de refrigeração.
“Eu percebi que ninguém estava trabalhando nessa cadeia de suprimento. Há uma série de empresas de fusão. Não há uma única que vá fabricar o combustível para elas.”
(“I realized no one is working on this supply chain stuff. There’s a whole bunch of fusion companies. There isn’t a single company that is going to make the fuel for those companies.”)— Charlie Jarrott, Cofundador, Hexium
Redução de CO₂
O uso estratégico do lítio-6 permitirá a produção de energia via fusão sem emissões diretas de gases de efeito estufa, oferecendo uma alternativa potencialmente carbono-zero para complementação das fontes renováveis existentes. O modelo modular da Hexium visa produção compacta, escalável e economicamente viável, reduzindo a necessidade de grandes instalações.
“Não precisamos construir uma instalação do tamanho de um supermercado. Podemos fazer isso em um espaço do tamanho de uma cafeteria, e conseguimos uma boa economia em escala pequena, apenas paralelizando o processo.”
(“We don’t have to build a facility the size of a Costco or a football stadium. We can do it in a facility the size of a Starbucks, and we achieve good economics at very small scale, and then we just parallelize our process.”)— Jacob Peterson, Cofundador, Hexium
Casos de uso
A produção de lítio-6 pela Hexium deve suprir o crescente mercado de fusão, que visa construir plantas capazes de gerar mais energia do que consomem, um marco inédito para a indústria. De forma complementar, a venda do lítio-7 para usinas nucleares tradicionais também representa uma sinergia importante para a cadeia energética.
Com um investimento inicial de US$ 9,5 milhões em capital semente, a empresa planeja construir uma planta piloto para validar a tecnologia e iniciar a produção comercial modular, potencialmente acelerando a adoção da fusão no futuro próximo.
O desenvolvimento dessa cadeia de suprimento estratégica para o combustível de fusão reforça a importância do planejamento na transição energética sustentável e nas políticas públicas voltadas para inovação em energia limpa e verde.
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Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)