
São Paulo — InkDesign News —
Em março, o governo brasileiro decidiu zerar o imposto de importação sobre onze grupos de alimentos, com a intenção de conter a inflação alimentar. Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) indicam que, em abril, sete desses produtos registraram alta nas importações, enquanto quatro apresentaram queda.
Panorama econômico
O cenário global, marcado por pressões inflacionárias e desafios de oferta, tem exigido medidas drásticas de política monetária. A decisão do governo em cortar impostos busca mitigar os aumentos de preços dos alimentos, um setor crucial para a economia do país. A contextuação da política fiscal reflete a prioridade do governo em estabilizar a inflação, que afeta diretamente o poder de compra dos consumidores.
Indicadores e análises
No levantamento de abril de 2025, a importação de café não torrado, não descafeinado, em grão atingiu US$ 26 milhões, um aumento significativo em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando não houve importações. Por outro lado, a importação de azeite de oliva extravirgem caiu de US$ 64,7 milhões para US$ 40,8 milhões. O milho em grão também se destacou, subindo de US$ 5,5 milhões para US$ 14,8 milhões, refletindo uma mudança nas dinâmicas comerciais.
“Se esperava que não teria muito efeito na importação, até porque, para alguns destes produtos, o Brasil é o maior produtor mundial. Então dificilmente se comprará mais barato de fora”
(“It was expected that there wouldn’t be much effect on imports, especially since Brazil is the world’s biggest producer of some of these products. Therefore, it’s unlikely that imports would be cheaper.”)— Welber Barral, Ex-secretário de Comércio Exterior
Impactos e previsões
Os impactos do corte de impostos ainda são debatidos entre especialistas. Enquanto a alta nas importações de alguns produtos sugere uma resposta do mercado, a redução nas compras de carnes desossadas e azeite enfatiza as complexidades do setor. “Mas isso é difícil de mensurar”, complementou Barral, aludindo às dificuldades na avaliação do efeito direto das medidas.
Os números refletem um cenário onde, apesar das intenções do governo, a efetividade da estratégia na redução de preços é questionada. Os próximos meses serão cruciais para observar como as tendências de importação e os preços domésticos evoluirão, além de potenciais novas medidas que podem ser implementadas para aliviar as pressões inflacionárias sobre os consumidores.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)