
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revelou uma descoberta significativa sobre eventos solares extremos, destacando um forte pico de radiocarbono datado de 12.350 a.C., considerado o mais intenso conhecido até hoje.
Contexto da descoberta
Os eventos solares extremos, embora raros, podem distorcer a produção de isótopos cósmicos como o radiocarbono (14C) na Terra. O evento de 775 d.C. foi reconhecido como um dos mais poderosos, mas agora um novo candidato descoberto pode ser até 18% mais intenso. Essa descoberta se alinha à existência de oito eventos conhecidos nos últimos 12.000 anos.
Métodos e resultados
A equipe de pesquisadores, liderada por Kseniia Golubenko da Universidade de Oulu, utilizou um novo modelo químico-climático chamado SOCOL:14C-Ex para reconstruir as tempestades de partículas solares em condições climáticas glaciais antigas. O modelo foi validado com dados de anéis de árvores do evento de 775 d.C. e aplicou-se ao estudo do evento de 12.350 a.C., que ocorreu entre janeiro e abril, com probabilidade maior em março.
“Essa produção aumentada, preservada em anéis anuais de árvores, serve como um carimbo cósmico claro, permitindo a datagem absoluta de amostras de árvores.”
(“Such enhanced production, preserved in annual tree rings, serves as a clear cosmic timestamp making possible absolute dating of tree samples.”)— Kseniia Golubenko, Pesquisadora Pós-Doutoral, Universidade de Oulu
Implicações e próximos passos
O evento de 12.350 a.C. representa o único evento solar extremo conhecido fora do período Holoceno e, comparado a tempestades modernas como a de 2005, foi mais de 500 vezes mais intenso. Outros eventos significativos foram identificados em 994 d.C., 663 a.C., 5259 a.C. e 7176 a.C. A compreensão da magnitude desse evento é crucial para avaliar os riscos que futuras tempestades solares podem representar para a infraestrutura moderna, como satélites e redes elétricas.
“Entender sua escala é crítico para avaliar os riscos impostos por futuras tempestades solares à infraestrutura moderna.”
(“Understanding its scale is critical for evaluating the risks posed by future solar storms to modern infrastructure.”)— Ilya Usoskin, Professor, Universidade de Oulu
A pesquisa abre novas linhas de investigação sobre a atividade solar e suas consequências climáticas, destacando a importância de modelos climáticos para prever impactos em larga escala.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)