
São Paulo — InkDesign News — O recente lançamento da nova exposição histórica da Casa Branca, em parceria com a PragerU, marca uma inovação polêmica na interseção entre educação e tecnologia, especialmente no cenário cultural conservador nos Estados Unidos.
Contexto e lançamento
A exposição, chamada Founders Museum, foi desenvolvida para o semiquincentenário da independência americana, programado para 2026. A PragerU, conhecida por sua abordagem controversa à educação, tem se posicionado como uma voz influente na reinterpretação da história americana, almejando substituir narrativas tradicionais. Este movimento é parte de uma tendência crescente, em que instituições governamentais abraçam materiais de grupos que apresentem visões ideológicas específicas.
Design e especificações
A participação da PragerU na criação da exposição envolve 82 pinturas e 40 vídeos gerados por inteligência artificial. Entre as obras, destaca-se um vídeo com um “John Adams” virtual, que profere a frase: “facts do not care about our feelings” (“fatos não se importam com nossos sentimentos”). O uso de inteligência artificial neste projeto levanta questões sobre a precisão histórica, especialmente ao incluir citações anacrônicas e erros técnicos, como figuras com número inconsistente de dedos, reflexo das limitações atuais dos algoritmos de geração de imagem.
A expressão viralizada na década de 2010 por influenciadores de direita como Ben Shapiro reflete a tentativa da PragerU em moldar a percepção pública sobre os Fundadores do país.
(“facts do not care about our feelings”)— Reportagem, Gizmodo
Repercussão e aplicações
A exposição gerou preocupações relacionadas à legitimização de imprecisões históricas em ambientes educacionais. A Secretaria de Educação, liderada por Linda McMahon, promoveu a iniciativa como uma forma de “educação patriótica que não deve ser confundida com propaganda”. O uso de vídeos de animação, como o que mostra um Cristóvão Colombo defendendo sua atuação, intensifica o debate sobre a ética da educação conservadora. A inserção de valores religiosos nos vídeos também reflete uma estratégia deliberada da PragerU de infundir a narrativa histórica com uma perspectiva teológica.
“Educação patriótica não significa propaganda”
(“Patriotic education does not mean propaganda.”)— Linda McMahon, Secretária de Educação
O impacto cultural desta exposição se estende a várias escolas públicas americanas, onde os materiais da PragerU foram aprovados em pelo menos dez estados. Isso destaca uma mudança significativa nas práticas educacionais e na forma como história e cultura são transmitidas às novas gerações.
À medida que a PragerU continua a expandir sua influência, o cenário educacional poderá enfrentar desafios considerados inaceitáveis por muitos educadores. O futuro da educação americana poderá ser moldado por essas narrativas, levantando questões cruciais sobre a relevância e a precisão do material didático nas salas de aula.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)