
São Paulo — InkDesign News —
Uma nova pesquisa realizada por ornitologistas da Universidade de Tóquio revelou padrões interessantes de excreção em albatrozes de penas listradas (Calonectris leucomelas). Os pesquisadores utilizaram câmeras instaladas em suas barrigas para observar o comportamento dos pássaros no oceano.
Contexto da descoberta
A importância de entender quando e com que frequência os pássaros marinhos excretam no mar é vital para avaliar seu impacto nos ecossistemas marinhos. Já é sabido que as baleias redistribuem nutrientes através de suas excreções, fenômeno conhecido como ‘bomba de baleias’. Populações amplas de aves marinhas podem influenciar processos chave em ecossistemas pelágicos.
Métodos e resultados
Os autores, liderados pelo Dr. Leo Uesaka, estudaram 15 albatrozes usando câmeras do tamanho de uma borracha, fixadas nas costas das aves. Eles registraram e analisaram quase 200 eventos de defecação, revelando que os pássaros frequentemente defecavam durante o voo, com uma periodicidade de 4 a 10 minutos. “Era surpreendente ver que eles defecavam com tanta frequência”, disse Dr. Uesaka.
“No início, achei engraçado, mas acabou se mostrando mais interessante e importante para a ecologia marinha.”
(“I thought it was funny at first, but it turned out to be more interesting and important for marine ecology.”)— Dr. Leo Uesaka, Pesquisador, Universidade de Tóquio
Os pássaros excretaram cerca de 30 gramas de fezes por hora, equivalente a aproximadamente 5% de sua massa corporal. Notavelmente, eles evitavam defecar enquanto flutuavam na água, optando por levantar voo apenas para esse propósito, voltando ao mar em menos de um minuto em algumas ocasiões.
Implicações e próximos passos
Os pesquisadores especulam que essa estratégia pode minimizar a sujeira em suas penas, evitar predadores ou facilitar a eliminação de fezes em comparação à posição flutuante. “Não sabemos ao certo por que mantêm esse ritmo de excreção, mas deve haver uma razão”, comentou o Dr. Uesaka.
Para investigar essa questão mais a fundo, os cientistas planejam utilizar câmeras e sensores de temperatura com maior duração de bateria, aliados ao GPS, para mapear onde as aves marinhas liberam suas fezes no mar.
O impacto ecológico das fezes desses pássaros é uma área ainda pouco explorada, mas com potencial significativo para influenciar a dinâmica marine.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)