Estudo revela pegadas humanas de até 22.400 anos em White Sands

São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores da Universidade do Arizona descobriram novas evidências que sustentam a data das impressões digitais humanas encontradas em White Sands, Novo México, mostrando que a atividade humana na região ocorreu entre 21.000 e 23.000 anos atrás.
Contexto da descoberta
A descoberta de pegadas humanas em White Sands, Novo México, foi um marco no entendimento do povoamento inicial das Américas. A pesquisa anterior datava estas marcas entre 21.000 e 23.000 anos, desafiando a crença predominante de que a chegada dos humanos à América do Norte ocorreu entre 16.000 e 13.000 anos atrás. Estas impressões são aproximadamente 10.000 anos mais antigas do que os restos encontrados nas proximidades de Clovis, Novo México, conhecidos por representar a cultura mais antiga reconhecida na América do Norte.
Métodos e resultados
O estudo atual, liderado por Vance Holliday, utiliza um novo tipo de material para a datagem: lama antiga do paleolago Otero, que apresenta idades de 20.700 a 22.400 anos. Este é o terceiro tipo de material utilizado após críticas de que sementes de Ruppia cirrhosa e grãos de pólen de coníferas não eram marcadores confiáveis. Dr. Holliday afirmou:
“É um registro extraordinariamente consistente. Chega a ser difícil explicar tudo isso se não for verdade.”
(“It’s a remarkably consistent record. You get to the point where it’s really hard to explain all this away.”)— Vance Holliday, Pesquisador, Universidade do Arizona
A pesquisa também foi marcada pela escavação de novas trincheiras em 2022 e 2023, onde foram encontradas pegadas em leitos de rios que fluíam para um lago antigo. Com as pegadas expostas, os pesquisadores agora tentam compreender a falta de artefatos e assentamentos deixados pelos humanos que as fizeram.
Implicações e próximos passos
Embora a pesquisa sugira uma permanência humana bem mais antiga no que é hoje os Estados Unidos, ainda há questionamentos. A equipe reconhece a indagação sobre a ausência de artefatos. “É uma pergunta justa. Algumas das pegadas descobertas faziam parte de trilhas que levariam apenas alguns segundos para atravessar”, disse a equipe. Eles argumentam que caçadores-coletores poderiam evitar deixar recursos em um período tão curto.
Esta descoberta não apenas reconfigura a linha do tempo sobre os primeiros habitantes da América do Norte, mas também abre novos caminhos para pesquisas sobre o modo de vida e as adaptações culturais desses povos antigos. A equipe busca expandir seus estudos geológicos para fornecer mais dados e possíveis explicações.
A pesquisa pode alterar a maneira como compreendemos a história e cultura indígena no continente americano.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)