Estudo revela osso do pulso em ancestrais de aves milhões de anos antes

São Paulo — InkDesign News — Uma descoberta significativa feita por paleontologistas da Universidade de Yale e da Universidade Stony Brook revela a identidade do osso carpal pisiforme, até então um mistério científico, em dinossauros semelhantes a aves do Deserto de Gobi, na Mongólia.
Contexto da descoberta
O osso pisiforme, originalmente um osso sesamoide, deslocou-se ao longo da evolução das aves, substituindo o osso ulnare. Sua nova posição parece permitir mecanismos automáticos que ajudam as aves a dobrar as asas durante o voo. Este estudo fornece novas perspectivas sobre a anatomia dos dinossauros e a evolução do voo.
Métodos e resultados
Os pesquisadores analisaram fósseis de duas espécies de terópodes do final do Cretáceo, um troodontídeo não nomeado e Citipati cf. osmolskae, conhecida por seu pescoço longo e bico sem dentes. Para o paleontólogo Alex Ruebenstahl, “Fomos afortunados em ter dois pulsos de terópodes imaculadamente preservados para isso” (“We were fortunate to have two immaculately preserved theropod wrists for this”).
Os cientistas observaram que a migração do pisiforme para sua nova posição pode ter ocorrido no desenvolvimento inicial do grupo Pennaraptora, ao qual pertencem os dromaeossaurídeos e os oviraptorossaurídeos. Essa substituição do ulnare pelo pisiforme aconteceu em um ponto mais profundo na história dos terópodes do que anteriormente entendido.
Implicações e próximos passos
Segundo Dr. James Napoli, “acreditamos que esta é a primeira vez que um pisiforme migrado em um dinossauro carnívoro não-ave foi identificado” (“We believe this is the first time a migrated pisiform in a non-bird meat-eating dinosaur has been identified”). O estudo sugere também que a experimentação com voo entre os dinossauros pode ter ocorrido apenas depois que o pisiforme migrou para a articulação do pulso.
A pesquisa foi publicada em 9 de julho de 2025 na revista Nature e pode abrir novas linhas de investigação sobre a anatomia e evolução dos dinossauros, especialmente aqueles com características que antecessoram o voo.
Esse achado traz à tona não apenas o entendimento das adaptações evolutivas nas aves modernas, mas também questionamentos sobre a evolução do voo em dinossauros, abrindo espaço para mais estudos e análises na área.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)