Estudo revela migração de répteis triássicos em áreas tropicais

São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores da Universidade de Birmingham descobriram como os arcosauromorfos dispersaram-se após a extinção em massa do final do Permiano, um dos eventos climáticos mais significativos da história da Terra.
Contexto da descoberta
Os primeiros arcosauromorfos, que lembram répteis modernos, eram significativamente menores que dinossauros conhecidos e, anteriormente, acreditava-se que sobrevivessem em regiões limitadas do planeta devido ao intenso calor dos trópicos, considerados uma “zona morta” por muitos paleontólogos durante o início do Triássico.
Métodos e resultados
O paleontólogo Joseph Flannery-Sutherland e sua equipe empregaram uma nova técnica de modelagem baseada em reconstruções de paisagens e árvores evolutivas. Eles descobriram indícios de como esses répteis se deslocaram globalmente durante o Triássico, após a extinção que eliminou mais da metade dos animais terrestres.
A pesquisa indicou que os arcosauromorfos sobreviventes conseguiram migrar até 16.000 km (10.000 milhas) através da zona tropical inóspita, acessando novos ecossistemas. Flannery-Sutherland comentou: “Mesmo no pior evento climático da história da Terra, onde mais espécies morreram do que em qualquer outro período, a vida ainda sobreviveu.”
(“Amid the worst climatic event in Earth’s history, where more species died than at any period since, life still survived.”)
Implicações e próximos passos
A pesquisa sugere que a resiliência desses répteis às condições climáticas extremas do Pangeia pode ter conferido uma vantagem que possibilitou seu florescimento no mundo triássico. Michael Benton, professor da Universidade de Bristol, ressaltou a importância de casar registros fósseis com mapas reconstruídos, permitindo uma melhor compreensão dos desafios históricos.
“A evolução da vida foi controlada, em certos momentos, pelo ambiente, mas é desafiador integrar nosso conhecimento limitado sobre a paisagem antiga com a ecologia de organismos extintos.”
(“The evolution of life has been controlled at times by the environment, but it is difficult to integrate our limited and uncertain knowledge about the ancient landscape with our limited and uncertain knowledge about the ecology of extinct organisms.”)— Michael Benton, Professor, Universidade de Bristol
O estudo foi publicado na revista Nature Ecology and Evolution e destaca novas possibilidades para investigações sobre a ecologia de períodos pré-históricos e a dispersão de espécies.
A descoberta abre caminhos para futuras pesquisas sobre como as espécies se adaptam e sobrevivem em ambientes extremos, sendo um tema essencial para entender as mudanças climáticas atuais.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)