
Zurique — InkDesign News — Um grupo de paleontologistas da Universidade de Zurique descobriu um caso crônico de osteomielite (infecção do tecido ósseo) em Plateosaurus trossingensis, um dos dinossauros mais antigos conhecidos da Europa, datando do final do período Triássico.
Contexto da descoberta
Plateosaurus trossingensis viveu na Europa há cerca de 220 milhões de anos, atingindo quase 8 metros de comprimento e movimentando-se principalmente sobre as patas traseiras. A pesquisa foi liderada pelo paleontólogo Jordan Bestwick e seus colegas, que analisaram um esqueleto da formação Klettgau, em Frick, Suíça.
A osteomielite é uma condição que afeta vários animais vivos, incluindo mamíferos e répteis. No entanto, os registros fósseis têm mostrado que essa doença também impactou diversas formas de dinossauros ao longo da história.
Métodos e resultados
Usando técnicas de análise osteológica e histológica, a equipe encontrou evidências claras de osteomielite no ombro direito e no braço superior do dinossauro. Os ossos afetados apresentavam texturas internas e externas incomuns, formas alteradas e até fusão óssea — características típicas da doença.
“Os ossos afetados no ombro e no braço superior têm texturas internas e externas incomuns, formas alteradas e estão até fundidos — sintomas que são amplamente típicos da osteomielite.”
(“The affected bones in the shoulder and upper arm have unusually rough internal and external textures, altered shapes, and are even fused together — symptoms that are broadly typical of osteomyelitis.”)— Jordan Bestwick, Paleontólogo, Universidade de Zurique
De acordo com a pesquisa, essa descoberta é notável não apenas pela idade do espécime, mas também pelo tamanho da área infectada, que é incomum em comparações anteriores. Estudos anteriores documentaram infecções localizadas, como em ossos dos dedos ou em algumas vértebras.
Implicações e próximos passos
“Embora não saibamos o que causou inicialmente a infecção, o animal provavelmente conviveu com essa doença por uma parte substancial de sua vida, o que pode ter comprometido a funcionalidade de seu braço direito.”
(“Although we don’t know what initially caused the infection, the animal likely suffered from this disease for a substantial part of its life, possible rendering its right arm useless.”)
A descoberta foi publicada no Swiss Journal of Palaeontology e representa um passo significativo na compreensão das doenças que acometiam os dinossauros, além de abrir novas linhas de pesquisa sobre a saúde e a biologia dos dinossauros.
A pesquisa fornece não apenas uma nova perspectiva sobre a história da saúde dos dinossauros, mas também sugere que infecções ósseas crônicas podem ser mais comuns em restos fósseis do que se pensava anteriormente, abrindo caminho para investigações futuras.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)