
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores de instituições de Taiwan descobriram que as aranhas do tipo Psechrus clavis utilizam sinais de bioluminescência de vaga-lumes como estratégia para atrair presas adicionais, aumentando significativamente seu sucesso durante a caça.
Contexto da descoberta
Em um estudo realizado por cientistas da Universidade Tunghai, da Universidade de New South Wales, da Universidade de Tecnologia de Sydney e do Museu Nacional de Ciências Naturais em Taichung, foi observado que essas aranhas não consomem imediatamente os vaga-lumes capturados. Em vez disso, elas deixam as presas em suas teias enquanto os insetos continuam a emitir seus sinais luminosos por até uma hora. Essa adaptação sugere que as aranhas podem estar aproveitando os sinais dos vaga-lumes para atrair mais presas, levantando questionamentos sobre interações predador-presa.
Métodos e resultados
Para investigar essa hipótese, os pesquisadores conduziram experimentos onde colocaram LEDs que imitavam a aparência dos vaga-lumes em teias de aranha, comparando com outras teias sem os LEDs. Os resultados mostraram que as teias com a simulação de luz atraíram três vezes mais presas. Quando o foco foi especificamente nos vaga-lumes, essa quantidade aumentou para dez vezes mais. A análise indicou que a maioria dos vaga-lumes capturados eram machos, que provavelmente confundiam o brilho com possíveis parceiras.
“Nossos achados destacam uma interação até então não documentada onde os sinais dos vaga-lumes, destinados à comunicação sexual, também são benéficos para as aranhas.”
(“Our findings highlight a previously undocumented interaction where firefly signals, intended for sexual communication, are also beneficial to spiders.”)— I-Min Tso, Pesquisador, Universidade Tunghai
Os vídeos gravados durante o experimento mostraram que as aranhas tratavam diferenças entre espécies capturadas de maneira distinta, consumindo rapidamente mariposas, mas poupando os vaga-lumes.
Implicações e próximos passos
Essas descobertas têm implicações significativas para a compreensão do comportamento predatório, sugerindo que as aranhas podem evitar o custo de desenvolver sua própria bioluminescência ao utilizar os sinais de seus presas. Isso contrasta com predadores sentados e esperando como o peixe-gato, que investem em sua própria capacidade de atrair presas.
“Especulamos que o desenvolvimento deste comportamento nas aranhas do tipo sheet web poderia ter sido uma adaptação para maximizar sua taxa de sucesso na caça ao empregar a bioluminescência dos vaga-lumes.”
(“We speculate that this behavior could have developed in sheet web spiders to avoid costly investment in their own bioluminescence.”)— I-Min Tso, Pesquisador, Universidade Tunghai
Este estudo oferece uma nova perspectiva sobre as interações complexas entre predadores e presas em ambientes noturnos, revelando oportunidades para pesquisas futuras sobre estratégias de atração em outros predadores.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)