
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa sugere que a prática de soprar um shankh (concha) pode se tornar uma alternativa terapêutica promissora para o tratamento dos sintomas da apneia do sono obstrutiva, com melhorias na sonolência diurna e na qualidade do sono.
Contexto da descoberta
A apneia do sono obstrutiva (OSA) é um distúrbio comum que provoca paradas respiratórias durante a noite devido ao bloqueio das vias aéreas. Essa condição está associada a sintomas como ronco alto, sono inquieto e sonolência durante o dia, além de aumentar os riscos de hipertensão, doenças cardíacas e derrames. A prática de soprar um shankh tem sido parte da cultura indiana por milênios e, recentemente, chamou a atenção de pesquisadores como um potencial tratamento para a OSA.
Métodos e resultados
O estudo incluiu 30 participantes com OSA moderada, entre 19 e 65 anos, avaliados entre maio de 2022 e janeiro de 2024 no Eternal Heart Care Centre em Jaipur, Índia. Os voluntários foram monitorados através de polissonografia e responderam a questionários sobre a qualidade do sono e a sonolência diurna. Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um praticou sopro de shankh (16 pacientes) e o outro exercícios de respiração profunda (14 pacientes).
Após seis meses, os resultados foram significativos. Aqueles que praticaram o sopro do shankh apresentaram uma redução de 34% na sonolência diurna, melhor qualidade do sono e, em média, quatro a cinco apneias a menos por hora durante a noite. Além disso, os níveis de oxigênio no sangue foram mais elevados nesse grupo.
“O sopro do shankh é uma intervenção simples e de baixo custo que pode ajudar a reduzir os sintomas sem a necessidade de medicamentos ou máquinas”,
(“Conch blowing is a simple, low-cost intervention that could help reduce symptoms without the need for medication or machines.”)— Dr. Krishna Sharma, Pesquisador, Eternal Heart Care Centre
Implicações e próximos passos
De acordo com Dr. Sharma, a técnica de soprar o shankh envolve uma inspiração profunda seguida de uma exalação forçada e sustentada. Esse método cria vibrações e resistência ao fluxo de ar, possivelmente fortalecendo os músculos das vias aéreas superiores, que frequentemente colapsam durante o sono em pessoas com OSA. O estudo sugere que essa prática ancestral pode ser uma alternativa viável para aqueles que acham o tratamento padrão, como o uso de máquinas de CPAP, desconfortável ou inacessível.
Os pesquisadores agora planejam expandir o estudo para incluir um grupo maior de participantes e realizar testes de longo prazo para verificar a eficácia contínua do sopro do shankh no manejo da OSA.
Essa descoberta não só abre novas possibilidades para o tratamento da apneia do sono, mas também destaca a importância de técnicas tradicionais na medicina moderna.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)