
Brasília — InkDesign News — O aumento da presença de estudantes oriundos de escolas públicas nas universidades brasileiras, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Educação de 2024, reflete mudanças significativas nas políticas educacionais do país.
Contexto educacional
Nos últimos anos, a educação no Brasil passou por transformações notáveis. Em 2024, 72,6% dos estudantes de graduação frequentaram o ciclo do ensino médio em instituições públicas, um acréscimo em relação aos 67,8% de 2016. Este crescimento é um indicativo de que as políticas públicas voltadas para a educação têm impactado de forma significativa a inclusão de jovens no ensino superior. Ao nível das pós-graduações, a melhora é igualmente notável: o percentual de graduados que cursaram o ensino médio exclusivamente em escolas públicas subiu de 52,2% para 59,3% no mesmo período. Além disso, entre jovens de 18 a 24 anos, 31,3% estavam matriculados no ensino superior em 2024, comparado a 15,4% dos adultos com mais de 25 anos.
Políticas e iniciativas
A constatação do aumento de estudantes de escolas públicas nas universidades está atrelada a diversas iniciativas do governo. Segundo a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, o crescimento nas taxas de acesso se deve, em parte, a políticas de ações afirmativas, como a política de cotas e programas de financiamento como o ProUni e o Fies.
“Sem essas políticas, [essas pessoas] não estariam no ensino superior ou teriam dificuldades maiores de acessá-los”
(“Without these policies, they would not be in higher education or would have greater difficulties accessing it.”)— Adriana Beringuy, Pesquisadora, IBGE
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o cenário educacional brasileiro enfrenta desafios significativos. A desigualdade de oportunidades ainda é evidente, principalmente entre diferentes grupos raciais e de gênero. Em 2024, 54% dos homens e 57,8% das mulheres concluíram a educação básica, enquanto 63,4% dos brancos e apenas 50% dos negros alcançaram a mesma meta. Além disso, 8,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos não estudam nem trabalham, representando 19,8% dessa faixa etária. Essa situação é impulsionada pela necessidade de trabalho e, no caso das mulheres, por responsabilidades familiares. A necessidade de políticas educacionais mais inclusivas se faz urgente diante desse panorama.
O crescimento da média de anos de estudo também é um aspecto positivo, subindo de 9,1 anos em 2016 para 10,1 anos em 2024. Essa informação sugere que, embora existam dificuldades, os esforços em prol da educação vêm mostrando resultados que podem ser incrementados com foco em melhorias na infraestrutura educacional e inclusão social.
O impacto esperado das políticas educacionais e a evolução de taxas de escolaridade sugerem um caminho promissor para o setor, mas a continuidade das ações é essencial para garantir que esses avanços sejam sustentáveis e inclusivos.
Fonte: (Agência Brasil – Educação)