Descoberta de novo espécime de Archaeopteryx impressiona cientistas

São Paulo — InkDesign News —
Cientistas anunciaram a descoberta de um novo espécime de Archaeopteryx, denominado Chicago Archaeopteryx, ampliando o entendimento sobre a evolução dos pássaros e a origem do voo. Este é o 14º fóssil conhecido da espécie, datado de aproximadamente 150 milhões de anos, que viveu durante o período Jurássico.
Contexto da descoberta
O novo espécime é o menor conhecido da espécie, com o tamanho de um pombo. Os ossos ocos e pequenos foram preservados em uma laje de limestone extremamente dura, encontrada em depósitos na região de Solnhofen, na Alemanha. Esta descoberta ocorreu antes de 1990, sendo mantida em mãos privadas até sua aquisição pelo Field Museum, em Chicago, com apoio de uma coalizão de patrocinadores.
Métodos e resultados
Os pesquisadores, liderados pela Dra. Jingmai O’Connor, curadora associada de répteis fósseis no Field Museum, realizaram tomografia computadorizada de alta resolução e reconstrução digital 3D do fóssil. Os resultados revelaram um crânio quase completamente preservado, o qual inclui uma região palatina intacta. Essa preservação oferece novas informações sobre a evolução da cinética craniana, uma característica importante que permite que o bico se mova independentemente do crânio.
“Quando recebemos nosso Archaeopteryx, fiquei muito empolgada e ansiosa, pois não tinha certeza do que poderíamos descobrir, dado que Archaeopteryx é conhecido há mais de 160 anos.”
(“But at the same time, Archaeopteryx has been known for over 160 years, so I wasn’t sure what new things we would be able to learn.”)— Dra. Jingmai O’Connor, Curadora Associada, Field Museum
Além disso, o fóssil apresenta tecidos moles nas mãos e pés, sugerindo que o Archaeopteryx passava muito tempo no solo e talvez até escalasse árvores. A pesquisa também destaca um conjunto inédito de penas do braço superior, chamado de tertiais, que podem ter sido fundamentais para o voo.
Implicações e próximos passos
A presença dessas famílias de penas sugere que o Archaeopteryx usava suas asas para voar, conforme a teoria atual sobre a evolução do voo entre os dinossauros. A nova evidência indica que os dinossauros podem ter evoluído o voo mais de uma vez, algo que reforça a diversidade entre as aves modernas.
“Se o ar passar pelo espaço entre as penas, isso prejudica a sustentação, tornando o voo impossível. Contudo, aves modernas desenvolveram soluções para essa questão.”
(“If air passes through that gap, that disrupts the lift you’re generating, and you can’t fly.”)— Dra. Jingmai O’Connor, Curadora Associada, Field Museum
Os pesquisadores consideram que essa pesquisa pode abrir novas linhas de investigação sobre como a evolução ajudou os pássaros a se adaptarem a diferentes nichos ecológicos. A publicação dos resultados ocorreu esta semana na revista Nature.
As implicações para a paleontologia são significativas, uma vez que novos dados podem ajudar a resolver debates duradouros sobre a origem do voo e a evolução de vários grupos de dinossauros e pássaros.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)