Descoberta de fósseis na Tanzânia e Zâmbia elucida extinção do Permiano

São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revelou uma diversidade impressionante de animais que habitavam a região sul de Pangea, incluindo predadores de dentes de sabre e criaturas semelhantes a salamandras, antes da extinção em massa do final do Permiano, há cerca de 252 milhões de anos.
Contexto da descoberta
Paleontólogos identificaram novas fósseis de espécies que prosperaram em ambientes variados, desde florestas iniciais até vales áridos. Esta pesquisa é crucial para compreender a extinção em massa que modificou profundamente a trajetória da vida na Terra, libertando ecossistemas que precederiam a evolução dos dinossauros.
Métodos e resultados
Os fósseis foram coletados em três bacias do sul da África: a Bacia de Ruhuhu, em Tanzânia, e as Bacias de Luangwa e Mid-Zambezi, em Zâmbia, através de expedições que se estenderam por 17 anos. A equipe também analisou espécimes armazenados em coleções de museus. Essas partes da África são conhecidas por conter fósseis do Permiano com uma preservação quase perfeita.
“O número de espécimes que encontramos em Zâmbia e Tanzânia é tão alto e suas condições tão excelentes que podemos fazer comparações em nível de espécies com o que paleontólogos encontraram na África do Sul.”
(“The number of specimens we’ve found in Zambia and Tanzania is so high and their condition is so exquisite that we can make species-level comparisons to what paleontologists have found in South Africa.”)— Christian Sidor, Professor, Universidade de Washington
Novas espécies de dicinodontes, herbívoros semelhante a répteis, foram descobertas, assim como predadores gorgonopsianos e uma nova espécie de temnospondilo, que possui características semelhantes a salamandras. Essas descobertas ampliam a compreensão da fauna do período.
Implicações e próximos passos
A pesquisa tem potencial para mudar o entendimento sobre a evolução pós-extinção em massa. As informações coletadas não só ajudam a estabelecer comparações entre diferentes regiões de Pangea, como também geram novas questões sobre quais espécies conseguiram sobreviver. Segundo Sidor, “podemos realmente começar a fazer perguntas sobre quem sobreviveu e quem não sobreviveu.”
Com a análise dessas novas espécies, os cientistas esperam esclarecer o desenvolvimento dos ecossistemas antes e depois do evento catastrófico. O impacto dessas descobertas pode orientar futuras linhas de pesquisa sobre a resiliência da vida em condições de extremo estresse ambiental.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)