
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa com objetos de osso moldado descobriu que humanos da era Paleolítica usavam restos de baleias como ferramentas, revelando insights sobre a interação entre humanos e grandes mamíferos marinhos.
Contexto da descoberta
Arqueólogos examinaram uma amostra significativa de objetos de osso de 26 sítios Paleolíticos na região Cantábrica, que abrange partes da Espanha e do sudoeste da França. A pesquisa sugere que as baleias, as maiores criaturas da Terra, eram uma fonte importante de alimento e materiais, como óleo e osso, para grupos humanos costeiros.
Dr. Krista McGrath, do Universitat Autònoma de Barcelona, afirmou que as baleias “provavelmente desempenharam um papel crucial na sobrevivência de muitos grupos humanos costeiros” (
“Provavelmente desempenharam um papel crucial na sobrevivência de muitos grupos humanos costeiros”
(“they are believed to have played a key role in the survival of many coastal human groups.”)— Dr. Krista McGrath, Arqueóloga, Universitat Autònoma de Barcelona
).
Métodos e resultados
Os pesquisadores utilizaram espectrometria de massa e datagem por radiocarbono para identificar 83 ferramentas de osso de sítios em torno da Baía da Biscaia, além de 90 ossos adicionais da Caverna de Santa Catalina. As datas mais antigas, de dois sítios Cantábricos, foram datadas entre 20.200-19.600 e 19.600-19.000 anos, respectivamente.
O estudo identificou ossos de pelo menos cinco espécies de grandes baleias, as mais antigas com aproximadamente 19.000-20.000 anos. Essa descoberta representa algumas das evidências mais antigas conhecidas de humanos utilizando restos de baleia como ferramentas.
Implicações e próximos passos
A técnica de identificação de massa de colágeno (ZooMS) mostrou-se eficaz na investigação da diversidade de mamíferos marinhos do passado, especialmente na ausência de elementos morfométricos diagnósticos frequentemente encontrados em artefatos de osso. Os resultados indicam que as espécies identificadas, como as baleias esperma, fin e azul, ainda estão presentes na região da Baía da Biscaia, enquanto as baleias cinzentas estão principalmente restritas aos oceanos do Pacífico Norte e Ártico.
Além disso, dados químicos extraídos dos ossos indicam que os hábitos alimentares dessas baleias antigas diferiam ligeiramente dos de suas contrapartes modernas, sugerindo possíveis mudanças no comportamento ou no ambiente marinho.
A pesquisa não apenas aumenta nossa compreensão sobre o uso de restos de baleia por humanos, mas também ilumina o papel que as baleias desempenharam em ecossistemas passados.
Os autores publicaram seus resultados na revista Nature Communications, e futuras investigações podem se concentrar em explorar mais sobre a história das interações humano-mamífero marinho.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)