São Paulo — InkDesign News — A relação entre Trump e Musk e os rumos do acesso à internet de banda larga nos EUA
No cerne das controvérsias que envolvem o acesso à internet nos Estados Unidos, a relação entre Donald Trump e Elon Musk chama atenção, especialmente ao se considerar os impactos dessas políticas na infraestrutura digital, com repercussões que se estendem ao cotidiano da população.
Contexto e lançamento
O programa Broadband Equity, Access, and Deployment (BEAD), destinado a melhorar a acessibilidade à internet de alta velocidade por meio de um fundo federal de 42,5 bilhões de dólares, vem enfrentando atrasos significativos sob a administração de Trump. Este programa é parte da Lei de Investimento e Emprego em Infraestrutura, uma iniciativa bipartidária, que visa conectar áreas urbanas e rurais a redes confiáveis e rápidas.
Desde a sua entrada no cargo, Trump implementou uma série de alterações que visam reverter medidas de equidade, impactando diretamente projetos vitais, como o BEAD. O congelamento de verbas e a revisão proposta por sua administração sinalizam uma possível reestruturação do programa, que poderia beneficiar diretamente empresas como a Starlink de Musk.
Design e especificações
Em um esforço por tornar a infraestrutura de internet mais flexível e eficiente, o Departamento de Administração Nacional de Telecomunicações e Informação (NTIA) anunciou sua intenção de realizar uma revisão do BEAD, buscando “remover regras desnecessárias e adotar uma abordagem mais neutra em termos de tecnologia”. Entretanto, há preocupações de que essa revisão favoreça a internet via satélite, que é menos confiável em comparação com as redes de fibra tradicionais.
O foco da NTNIA em priorizar soluções como a Starlink, que durante uma breve discussão foi abordada como uma alternativa viável para áreas rurais, suscitou críticas de legisladores. No contexto dos investimentos em infraestrutura, eles destacam que a prioridade deve ser a manutenção de opções de internet de alta qualidade.
Repercussão e aplicações
A recente carta de um grupo de senadores democratas, incluindo Chuck Schumer (D-NY), a Trump foi contundente: “Estados devem manter a flexibilidade de escolher as melhores opções de banda larga, ao invés de serem forçados por burocratas em Washington a direcionar fundos para a Starlink, que carece da escalabilidade, confiabilidade e velocidade das soluções de fibra ou de outras redes terrestres.”
(“States must maintain the flexibility to choose the highest quality broadband options, rather than be forced by bureaucrats in Washington to funnel funds to Elon Musk’s Starlink, which lacks the scalability, reliability, and speed of fiber or other terrestrial broadband solutions.”)— Chuck Schumer, Líder Democrático do Senado
A pressão sobre a administração atual para liberar os fundos do BEAD tem se intensificado, considerando que apenas 22 estados dos EUA alcançaram as velocidades mínimas de internet em 2024, conforme o relatório da Ookla. Além disso, a divisão digital entre comunidades rurais e urbanas se torna cada vez mais evidente, ressalta a importância da tomada de decisões eficazes em políticas públicas que impactam a vida cotidiana.
O chamado para uma investigação ética sobre os negócios recentes da Starlink também se intensificou, com senadores acusando a empresa de práticas questionáveis e favorecimentos em relação a tarifas internacionais, o que levanta questões sobre a integridade dos acordos.
O BEAD enfrenta um momento crucial, e a resposta do governo federal pode moldar o futuro do acesso à internet nos EUA, além de definir os limites da intervenção governamental em um setor em rápida evolução. A crescente demanda por conectividade avança com a necessidade de ações mais deliberadas e transparentes.
As tendências futuras podem indicar uma reavaliação contínua das políticas de acesso digital, influenciada por pressões políticas e demandas sociais por infraestrutura equitativa e inovadora.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)
