
Brasília — InkDesign News — A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) iniciou uma consulta pública acerca da inclusão da semaglutida nos serviços públicos de saúde, tendo como meta recepcionar opiniões da população até o dia 30 de junho.
Contexto e objetivos
A semaglutida, princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy, é amplamente reconhecida por seu potencial para o controle de peso, embora tenha sido inicialmente desenvolvida para o tratamento do diabetes tipo 2. Sua atuação como agonista do GLP-1 leva à regulação da produção de insulina e à geração da sensação de saciedade. A avaliação atual da Conitec foca na prescrição do Wegovy 2,4 mg para pacientes obesos com histórico de doença cardiovascular e idade superior a 45 anos, buscando compreender a viabilidade de sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Metodologia e resultados
A consulta pública permitirá que médicos e cidadãos contribuam com suas visões sobre o uso da semaglutida. A solicitação de avaliação foi feita pela Novo Nordisk, responsável pela fabricação do Wegovy, e a Comissão já havia se posicionado em um parecer anterior, recomendando a não incorporação do medicamento devido aos elevados custos previstos, que podem chegar a R$ 7 bilhões em cinco anos. Contudo, a farmacêutica argumenta que a adoção da semaglutida poderia gerar economia em tratamentos de doenças crônicas decorrentes da obesidade.
“a adoção do medicamento pode reduzir custos de tratamento de doenças crônicas”
(“the adoption of the drug could reduce costs of treatment for chronic diseases”)— Novo Nordisk, Fabricante
Implicações para a saúde pública
Atualmente, a semaglutida não está disponível nos serviços públicos de saúde, ao passo que a liraglutida, uma substância semelhante, já é utilizada em algumas regiões do Brasil, incluindo Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo. O Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro também implementou essa medicação em seus protocolos. A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou planos de incorporar a semaglutida a um novo serviço de tratamento da obesidade a partir do próximo ano, o que poderia abrir caminho para uma análise mais abrangente do uso de agonia GLP-1 no Brasil.
“a prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que pretende incorporar a semaglutida”
(“the city hall of Rio de Janeiro announced that it intends to incorporate semaglutide”)— Prefeito do Rio de Janeiro
Através dessas contribuições, a Conitec espera embasar seu parecer sobre a possível incorporação da semaglutida ao SUS, tendo em vista o crescente panorama de saúde pública relacionado à obesidade e suas comorbidades.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)