
Brasília — InkDesign News — O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) defendeu nesta terça-feira (6) o ex-ministro da Previdência Social e presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi, em meio ao escândalo de fraudes envolvendo descontos indevidos no INSS. Ciro também criticou a escolha do novo ministro Wolney Queiroz, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsabilizando ainda os governos anteriores de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) pelo agravamento do problema.
Contexto político
O caso em questão refere-se a um esquema de fraudes bilionárias nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado em operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) em 23 de abril. Tal escândalo resultou na saída de nomes importantes do Ministério da Previdência, como o ex-presidente da autarquia Alessandro Stefanutto e o próprio Carlos Lupi, que pediu demissão em 2 de maio, enquanto Wolney Queiroz assumiu o cargo. A crise expõe falhas no controle e fiscalização da gestão previdenciária, impactando aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos de até R$ 3 bilhões anuais no governo atual, segundo dados levantados por Ciro Gomes.
Reações e debates
Ciro Gomes atribui responsabilidade política direta aos três últimos presidentes da República pela progressão e continuidade dos desvios no INSS. “Quem é o responsável político por essa questão? É o Temer, é o Bolsonaro e é o Lula”, afirmou ele em coletiva. Além disso, defendeu que as investigações da PF e da CGU sejam aprofundadas e que os culpados respondam pelos atos. Ciro também qualificou Lupi como “um homem sério” e contestou as críticas direcionadas a ele no contexto da crise, sugerindo que a pressão política partiu do próprio presidente Lula ao substituí-lo por Wolney Queiroz, a quem também atribuiu omissões equivalentes.
Quem é o responsável político por essa questão? É o Temer, é o Bolsonaro e é o Lula
— Ciro Gomes, ex-presidenciável pelo PDT
O Lupi, até onde eu sei, e eu sei muito, é um homem sério. Um homem de vida simples. Conheço, já fui na casa dele muitas vezes. Não tem nenhum hábito, nenhum sinal exterior de riqueza
— Ciro Gomes, ex-presidenciável pelo PDT
Desdobramentos e desafios
O governo busca caminhos de ressarcimento das quantias indevidamente descontadas, todavia o tema deve passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Defensoria Pública da União (DPU), apontando a complexidade jurídica do ressarcimento. No plano político, a situação gerou tensões, como a saída da bancada do PDT da base aliada do governo federal, representando um enfraquecimento político na Câmara. O escândalo abre discussões sobre a necessidade de maior rigor na gestão do INSS e mecanismos de controle mais efetivos para evitar futuros desvios e prejuízos aos segurados.
Além dos impactos imediatos na área previdenciária, as repercussões políticas exigem ajustes na articulação governamental para recompor a base de apoio e retomar a estabilidade institucional. A até então confiança no comando da Previdência está abalada, impondo o desafio de restaurar a credibilidade perante a sociedade e os agentes políticos.
O episódio mostra que o tema previdenciário, especialmente em relação às fraudes, pode se tornar um ponto sensível nas próximas discussões legislativas e nas estratégias eleitorais. A evolução da investigação, com eventual aprofundamento e cobranças por parte das instituições fiscalizadoras, poderá ditar os rumos da agenda de reformas e ajustes no sistema previdenciário brasileiro.
Fonte: (CNN Brasil – Política)