
São Paulo — InkDesign News — Pesquisadores fizeram uma descoberta significativa ao registrar pela primeira vez um coelacanto indonésio vivo (Latimeria menadoensis) em seu habitat natural. A espécie, que foi identificada em 1997, é uma das poucas que sobreviveram desde a era dos dinossauros, desafiando a crença de que esses peixes lobe-finned estavam extintos há milhões de anos.
Contexto da descoberta
Os coelacantos foram considerados extintos por cerca de 65 milhões de anos, até que um espécime vivo foi encontrado na África do Sul em 1938. O indonésio, que habita principalmente as águas ao redor de Sulawesi, é muito menos documentado, com observações anteriores ocorrendo principalmente através de submersíveis ou Veículos Operados Remotamente (ROVs).
Este novo estudo, liderado por pesquisadores da Associação UNSEEN, preenche uma lacuna nas informações sobre a biologia e a ecologia do coelacanto indonésio.
Métodos e resultados
A equipe encontrou coelacantos na região da Maluku durante mergulhos técnicos que ultrapassaram 150 metros de profundidade. Essas observações diretas foram feitas em outubro de 2024, desafiando a raridade dos avistamentos anteriores da espécie. “Um número muito limitado de observações in situ foi feito nesta espécie,” explica Alexis Chappuis, um dos pesquisadores.
“Esperamos que essa descoberta incentive as autoridades locais e nacionais a aumentar os esforços de conservação nesta vibrante e biodiversa região.”
(“We hope this discovery will encourage local and national authorities to increase conservation efforts in this vibrant and biodiverse region.”)— Alexis Chappuis, Pesquisador, Associação UNSEEN
O coelacanto indonésio foi observado a uma profundidade de 144 metros, o que destaca a complexidade de seu habitat e os desafios associados à sua conservação.
Implicações e próximos passos
Embora a equipe não tenha confirmado a existência de uma nova população na região, a descoberta sugere que o habitat adequado para a espécie pode ser mais amplo do que o previamente considerado. “A região da Maluku é abrangente, e é improvável que exista apenas um indivíduo,” afirmam os pesquisadores.
As implicações dessa descoberta são significativas, pois reforçam a importância da pesquisa em áreas subaquáticas, que podem ainda revelar espécies pouco compreendidas. O trabalho prévio em ecossistemas de corais mesofóticos na Maluku desde 2022 também indica a necessidade de iniciativas de conservação focadas.
Essa pesquisa não apenas assegura a presença do coelacanto, mas também a existência de habitats adequados para futuras investigações e estratégias de conservação.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)