
Pequim — InkDesign News — Autoridades chinesas anunciaram nesta quarta-feira (7) uma série de medidas de estímulo econômico, incluindo cortes nas taxas de juros e a injeção de liquidez, em resposta ao impacto da guerra comercial com os Estados Unidos, numa tentativa de conter a desaceleração da economia e as pressões deflacionárias.
Panorama econômico
O anúncio foi feito em meio a negociações iminentes entre autoridades econômicas chinesas e norte-americanas na Suíça, que marcam a primeira oportunidade para ambos os lados amenizarem as tensões comerciais que vêm afetando os mercados globais e as cadeias de suprimentos. O banco central da China, o Banco do Povo da China, decidiu reduzir o custo dos empréstimos em 10 pontos-base para 1,40%, além de baixar a taxa de compulsório bancário em 50 pontos-base para 6,2%, liberando significativo volume de liquidez no sistema financeiro.
Indicadores e análises
Dados recentes indicam que a atividade industrial chinesa contraiu em abril no ritmo mais acentuado em 16 meses, refletindo os efeitos das tarifas elevadas imposta pelos EUA, que atingem especialmente o setor exportador. O presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, afirmou que a redução do compulsório levará a uma liberação de 1 trilhão de iuanes (US$ 138 bilhões) em liquidez ao sistema econômico.
“A economia doméstica deve estar forte o suficiente antes que (a China) inicie qualquer negociação comercial prolongada”
(“The domestic economy must be strong enough before (China) starts any prolonged trade negotiation”)— Xing Zhaopeng, Estrategista Sênior, ANZ
Além disso, autoridades planejam ampliar um esquema piloto para investimentos das companhias de seguros no mercado de ações, adicionando 60 bilhões de iuanes (US$ 8,31 bilhões), e criar mecanismos de empréstimos de baixo custo para setores de tecnologia, cuidados com idosos e consumo de serviços.
Impactos e previsões
Especialistas destacam a importância das medidas para suportar o mercado de ações e a confiança dos investidores, ainda que o impacto direto sobre o crédito possa ser contido. A redução nos custos de hipoteca também busca estimular a demanda interna, enfrentando pressões deflacionárias crescentes. A expectativa é que o fortalecimento do iuan e a queda do dólar proporcionem um ambiente favorável para ajustes monetários mais amplos.
“Um dólar mais fraco certamente dá à China mais espaço para fazer ajustes monetários”
(“A weaker dollar certainly gives China more room to make monetary adjustments”)— Xu Tianchen, Economista Sênior, Economist Intelligence Unit
Segue-se um cenário de monitoramento próximo das negociações comerciais e possíveis novas intervenções de política econômica para estabilizar o crescimento e a inflação no país.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)