
Pequim — InkDesign News — Em meio a uma trégua temporária nas tensões comerciais, as relações entre os EUA e a China sofrem oscilações, enquanto a China se prepara para uma possível crise econômica, destacando a resiliência de sua economia diante do conflito tarifário.
Panorama econômico
Na última semana, um acordo em Genebra entre os negociadores americanos e chineses trouxe uma trégua inesperada em uma crescente guerra tarifária, que afeta profundamente as economias das duas potências. Entretanto, Pequim já manifestou críticas à administração do presidente Trump, que informou empresas sobre possíveis restrições ao uso de chips de IA fabricados pela Huawei, intensificando a retórica contra Washington. No cenário atual, há uma sensação de que as negociações futuras podem ser conturbadas, com a China afirmando que o problema do fentanil, por exemplo, “é um problema dos EUA, não da China”.
Indicadores e análises
As tarifas, que já somavam um embargo comercial de fato, foram reduzidas em 115 pontos percentuais, criando uma expectativa sobre o impacto dessa medida. Experientes analistas, como a economista-chefe para a Ásia-Pacífico Alicia Garcia Herrero, apontam que, caso as tarifas reduzidas não sejam mantidas, o comércio entre os EUA e a China poderia ser cortado pela metade, projetando uma redução de 1,6% no crescimento da China e a perda de até seis milhões de empregos.
“O reavivamento dos laços comerciais EUA-China beneficia ambos os lados e a economia global”
(“The revival of US-China trade ties benefits both sides and the global economy.”)— CCTV, Emissora Estatal Chinesa
Impactos e previsões
As repercussões do acordo recente são complexas: embora exista uma aparente disposição de Pequim para discutir concessões, como a compra de mais produtos americanos, especialistas alertam que a desconfiança mútua pode dificultar essa colaboração. “Os chineses estão dispostos a fazer acordos para enfrentar a tempestade chamada Trump”, afirma Yun Sun, diretora do programa China no think tank Stimson Center. Além disso, a capacidade da China de suportar a dor econômica por um período prolongado é vista como uma vantagem em relação aos EUA, em grande parte devido à firmeza do regime de Xi Jinping em enfrentar a pressão externa.
Enquanto a administração Trump ainda não definiu exigências claras para as negociações, o fato central é que a rivalidade entre as nações permanecerá, e ambos os lados parecerão cada vez menos dependentes um do outro. Com essa perspectiva, o mercado monitorará de perto os desdobramentos, especialmente com a data-limite de 12 de agosto, que pode redefinir a dinâmica ou intensificar a crise nas relações bilaterais.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)